Bicicletas elétricas e crédito de carbono: mudanças no Bicicletar de Fortaleza vão custar R$ 42 mi

Equipamento deve ganhar mais 300 estações

Escrito por Lucas Falconery , lucas.falconery@svm.com.br
Legenda: Atualmente a cidade possui 193 estações de bicicletas compartilhadas
Foto: Fabiane de Paula

A Prefeitura de Fortaleza publicou um edital, nesta quarta-feira (10), para contratação de empresa que faça a instalação de 300 estações de bicicletas compartilhadas, implantação de câmeras de segurança e oferta de, pelo menos, 100 bikes elétricas. Para ampliação do Bicicletar, será investido um valor estimado em R$ 42,8 milhões. Entre as alterações previstas, está a disponibilização de modais elétricos e a monetização dos créditos de carbono.

Os detalhes foram definidos no Portal de Compras de Fortaleza e o recebimento das propostas começa no dia 31 de outubro. Quando definida, a empresa terá 10 meses para concluir a ampliação de toda a estrutura. No momento, são 193 pontos distribuídos pela cidade.

As primeiras 200 estações do sistema, inclusive, devem ficar disponíveis para a população em até 3 meses após a assinatura da ordem de serviço. A ideia é levar as estruturas para áreas mais afastadas do Centro da cidade, onde ainda não há o serviço.

"Na segunda-feira (9), inauguramos uma estação na Vital Brasil e a gente vem fazendo essa tentativa de capilarizar cada vez mais o sistema e a rede", explica a coordenadora de Mobilidade Urbana da Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP) Isabela Castro em entrevista ao Diário do Nordeste.

Ao todo, a Prefeitura será responsável pelo recurso de 220 estações e 80 serão financiadas por patrocinadores. Essa contratação acontece no contexto do lançamento do programa "Pedala Mais Fortaleza", que pretende aumentar de 235 mil para 470 mil o número de pessoas que fazem deslocamentos diários de bicicleta na capital cearense.

Isabela Castro ressalta que a ampliação acontece com a inclusão de dispositivos tecnológicos. "Dispositivos para capturar trepidação, luminosidade, umidade, velocidade, características do deslocamento do ciclista que nos interessa muito enquanto pessoas que estão planejando a cidade", detalha.

Bicicleta elétrica, câmeras e crédito de carbono

São apresentadas diversas inovações tecnológicas no edital para ampliação do Bicicletar em Fortaleza, dentre elas a disponibilização de, pelo menos, 100 bicicletas elétricas distribuídas pela cidade.

As bicicletas elétricas devem possuir um motor auxiliar, com potência máxima de 1.000 watts, com um sistema no qual o motor funciona apenas quando o condutor pedale – ou seja, é um pedal assistido. Não há nenhum tipo de acelerador, por exemplo. Essas bikes com motor não devem ultrapassar a velocidade de 32 km/h.

O nível de carga da bateria de cada bicicleta deverá ficar disponível para visualização pelo usuário, no aplicativo móvel, além de ser continuamente monitorado, por meio do sistema de gestão e administração. As bikes elétricas devem ser incorporadas ainda no primeiro semestre de execução.

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Também serão instaladas câmeras de segurança nas estações do Bicicletar e as imagens ficarão sob controle da Central de Gestão Integrada de Videomonitoramento de Fortaleza (CGVIFor). Serão usados dois tipos de câmeras.

"Tem um tipo de câmera que consegue fazer a diferenciação entre os diferentes tipos de usuários, em tempo real, de forma automatizada. Então, o sistema vai ficar muito mais robusto", detalha Isabela.

Em 5% das estações, que não foram especificadas no edital, as câmeras serão adequadas aos espaços onde são identificados maiores índices de vandalismo, roubo/furto de bicicletas com transmissão em tempo real das imagens. Todas as estações precisam ter alarme sonoro, com acionamento remoto pela Central de Monitoramento em caso de vandalismo.

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Outra novidade que deve compor o sistema de bicicletas compartilhadas é a adequação aos requisitos necessários para possibilitar a monetização dos créditos de carbono oriundos das viagens feitas pelo Bicicletar.

Isso significa que há a possibilidade de, no futuro, o crédito de carbono – uma certificação sobre a redução ou ausência de emissão de gases poluentes – possa ser usado para financiar o sistema.

Por isso, a empresa que deve fazer a gestão das bicicletas pode ser convocada para instalar dispositivos que possibilitem a captura, em tempo real, de dados relevantes, a exemplo de velocidade, trepidação, luminosidade, qualidade do ar, geolocalização por satélite, dentre outros.

Bicicletar

O sistema de bicicletas compartilhadas de Fortaleza Bicicletar foi inaugurado em dezembro de 2014 com 40 estações. No momento, são 193 pontos distribuídos pela cidade cobrindo a região central da cidade e outras áreas de alta densidade residencial e de comércios.

O sistema já atingiu mais de 6 milhões de viagens e 400 mil usuários cadastrados até o momento, constituindo um dos sistemas mais utilizados do Brasil.

O Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI), dentre as diretrizes, estabelece que uma malha cicloviária de 524 km para Fortaleza, devendo esta ser implantada até 2030, com metas intermediárias para 2020 e 2025.

No início de 2013, Fortaleza possuía 68,8 km de malha cicloviária e, ao final de 2022, esse número passou para 419,2 km. A meta do Plano Cicloviário para 2020 era de chegar a 236 km de malha cicloviária, a qual foi ultrapassada ainda em 2018.

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