Museu da Imagem e do Som do Ceará deve ser reinaugurado em março de 2022
Obra física do MIS, segundo o diretor Silas de Paula, “está praticamente pronta”
Fechado para reformas desde o primeiro semestre de 2018, o Museu da Imagem e do Som (MIS) do Ceará já tem uma nova previsão para reabrir: março de 2022. A estimativa foi dada pelo atual diretor da instituição, o fotógrafo e professor Silas de Paula, segundo o qual “a obra física está praticamente pronta”.
A ordem de serviço para o início da construção de um novo edifício, integrado ao casarão histórico da avenida Barão de Studart, onde o museu de quatro décadas está sediado desde 1996, foi assinada há três anos, em 6 de junho de 2018.
Na ocasião, a obra de restauro da casa-museu e do novo prédio do MIS - capaz de receber exposições e armazenar mais de 160 mil itens do acervo, formado por discos, fotos, filmes, VHS, DVDs - foi orçada com um investimento de mais de R$15 milhões.
Atualmente, parte dessa memória constitutiva da cultura cearense está em endereço temporário, na Rua Silva Paulet, 324, onde, segundo Silas, foi construída uma reserva técnica para sua preservação.
Sobre o estágio da nova estrutura, o diretor adianta que “alguns detalhes estão sendo revistos e a construtora já vai entregar o prédio. Estamos no momento abrindo licitações para os equipamentos e mobiliário”, pontua.
Infraestrutura
Neste sentido, conforme explica o “Plano Estratégico de Atuação” que será apresentado e debatido com a sociedade neste mês de junho, o novo “MIS|SIM” é composto por um conjunto urbano de dois imóveis: um casarão da década de 1950 projetado pelo arquiteto José Barros Maia (Mainha) - parte do patrimônio histórico da cidade, e um novo prédio de cinco andares criado pelo arquiteto Carvalho Araújo.
A nova infraestrutura é constituída de espaços apropriados para os seguintes ambientes: laboratórios de conservação e higienização, laboratório de digitalização e restauro digital, laboratório fotográfico, reserva técnica ampla climatizada, ambiente para pesquisa e catalogação, estúdio de áudio e de mixagem e restauro de áudio, estúdio de vídeo, ilhas de edição, diversos espaços expositivos e pedagógicos com equipamentos digitais interativos.
O Governo do Estado está investindo em equipamentos de ponta para todos os setores do museu. A reserva técnica e laboratórios projetados têm condições de atender – pela primeira vez no Ceará - todas as demandas necessárias para a salvaguarda, restauro e digitalização de acervos imagéticos e sonoros”.
“As licitações exigem da empresa ganhadora, além da entrega, montagem, garantia, atualização periódica dos softwares necessários ao trabalho e o treinamento de pessoal na utilização dos equipamentos. Só neste momento saberemos o número exato necessário de pessoas para os laboratórios”, completa o diretor.
Apesar da consideração, o Plano Estratégico já traz uma previsão de pelo menos 53 funcionários para o museu, sendo 3 da diretoria, 13 do Núcleo de Acervo e Pesquisa, 8 do Núcleo de Difusão e Ação Cultural, 8 do Núcleo de Educação e Formação, 8 para os Laboratórios, 7 para o Núcleo de Comunicação e Desenvolvimento Institucional e 6 para o Núcleo Operacional Administrativo. Além disso, serviços terceirizados e um programa de voluntários estão previstos.
Editais de fomento
O Plano traz ainda uma proposta do "MIS|SIM" de disponibilização de recursos financeiros, materiais e profissionais que possibilitem a realização de pesquisas e projetos de ponta elaborados por artistas e curadores.
Para isso, devem ser abertos quatro editais públicos com foco em residência, ocupação, acervo e formação. A prospecção e o estabelecimento de parcerias internacionais, com instituições e artistas, pretendem garantir ao equipamento o contato estreito com o que há de mais atual sobre imagem e som contemporâneos.
Para romper com estruturas do passado, até mesmo o sistema de equipes precisa levar em conta a maior participação do público. E é isso que o MIS propõe: um espaço que coloca em diálogo vivo memória e contemporaneidade, investigação técnica, científica, compartilhamento de processos e ampliação do acesso às inovações no campo da imagem e som”, finaliza.