Homem-Aranha Longe de Casa: uma boa comédia para adolescentes
Filme que estreia nesta quarta buscou ser leve após o épico Vingadores Ultimato, mas se perde num roteiro fraco
Homem-Aranha: Longe de Casa estreia nesta quinta-feira nos cinemas com uma grande responsabilidade: dar continuidade ao universo Marvel depois da segunda-fase da série de filmes encerrada com o épico Vingadores Ultimato.
Os produtores tomaram a decisão correta ao buscar um caminho mais leve, despretensioso até. A ideia certa. A execução errada.Em resumo, o filme é basicamente uma comédia para adolescentes.
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Desperdício
Há os momentos de ação, claro. Mas o roteiro é de uma infelicidade só. Ótimos atores mal aproveitados. Para ficar num exemplo, MJ, a melhor personagem do longa, está perdida no longa. Não há espaço para a excelente Zendaya desenvolver a personalidade forte do crush de Peter Parker. O mesmo acontece com Jake Gyllenhaal. Uma lástima. A tram com Mysterio e os Elementais, aliás, é o pior do filme.
É óbvio que ninguém espera ver um enredo muito realista num filme de super-herói. Mas é preciso haver um mínimo de verossimilhança para que o espectador se envolva com a história. Mas a narrativa não convence, não coquista. O roteiro parece uma colcha de retalhos mal remendados. É forçado.
A motivação do vilão é rasa, assim como o plano de Peter Parker com relação a MJ e os momentos dos dois juntos.
Outra coisa que atrapalha é o culto a Tony Stark. Ele virou uma referância onipresente e atentativa de justificar o porquê do endeusamento é mais um elemento forçado.
Em outras palavras, o filme simplesmente não funciona. A ideia de recomeçar com leveza depois de Vingadores Ultimato acabou tornando o filme irrelevante.
Bons momentos
Claro que há bons momentos. Quem acompanha o universo Marvel não se arrrependerá de ir ao cinema. O filme, inclusive, começa bem. Divertido. Temos nele talvez a melhor trilha de abertura para um filme da Marvel. Explciar mais estraga a surpresa.
E logo temos uma explicação didática (de uma forma que reforça um roteiro sem criatividade) explica como o mundo se organizou depois do retorno de metade dos seres do universo, visto em Ultimato.
Mas não há nenhuma grande cena, algo que impacte, leva a plateia ao delírio. Há tentativas. Os fãs mais fieis vão dar um grito de vibração. Só isso. Depois de Capitã Marvel e Ultimato, decepciona. Este talvez seja pior filme do MCU junto com Thor: Mundo Sombrio.
A melhor cena, para se ter uma ideia, é a primeira pós-crédito! Só que ela dá um nó na cabeça quando pensamos como o que foi mostrado ali se desenvolverá no futuro.
Era melhor ter ficado em casa mesmo. Ah, e Nick Fury aparece bem menos do que se esperava no filme.
Nota: 6,0.