Edmilson Filho e Halder Gomes gravam novo filme em Fortaleza sobre a saga de agente secreto cearense
A reportagem do Diário do Nordeste acompanhou um dia das gravações no Castelão
Novo filme da parceria mais que consolidada entre Halder Gomes e Edmilson Filho, “C.I.C. - Central de Inteligência Cearense” teve gravações iniciadas no final de abril em Fortaleza. Com previsão de lançamento para 2024, o longa será rodado também em Aquiraz e Fortim.
O filme à la James Bond une comédia, ficção, romance e muita ação ao colocar em cena a saga do agente secreto Wanderlei (Edmilson Filho), conhecido como Agente Karkará, brasileiro que combate os criminosos mais perigosos do mundo representando a C.I.C. - Central de Inteligência Cearense.
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A reportagem do Diário do Nordeste acompanhou um dia de gravação do set montado no Centro de Formação Olímpica (CFO), no bairro Castelão. Embora ainda haja muitos detalhes sigilosos por causa do início das filmagens, algumas curiosidades já podem ser divulgadas.
Busca por um herói nacional
Idealizador e protagonista do filme, Edmilson Filho conta que a ideia surgiu a partir de uma busca por um grande personagem inspirado em produções como Agente 86 e 007. “A ideia era essa, ter um herói nacional que as pessoas consigam ver uma identidade do brasileiro, mas com uma certa inocência, um coração grande e muita ação”, explica.
Edmilson detalha ainda que Wanderley é um ex-faxineiro de uma universidade e se torna agente secreto. Com fortes raízes de alívio cômico, o público pode esperar um herói que se desafia e que tem um coração enorme.
A CIC existe há 100 anos e acompanhou os mais diversos acontecimentos históricos do Brasil. Nesta aventura, Wanderley precisa resgatar um projeto ultrassecreto que foi roubado dos governos de Brasil, Argentina e Paraguai.
“Nós temos diversos filmes de espionagem, agentes secretos desde a década de 1960, mas nenhum com a nossa pegada brasileira, nordestina, então resolvemos fazer isso com toda a qualidade do trabalho, com rigor de grandes produções, mas com a nossa comédia”.
Elenco ‘portunhol’
O bom vilão ficou a cargo de Tóia Ferraz (Carola) e André Segatti que interpreta um homem biônico. O ator, que já trabalhou com outros grandes nomes do humor cearense como Renato Aragão, Tom Cavalcante, afirma ser um prazer enorme participar desse filme.
“É uma vertente única, porque não temos filmes de ação que são ao mesmo tempo romance, humor, ficção. Halder e Edmilson tão criando uma nova vertente de trabalho e eu tô muito feliz e fazendo com muita vontade e entrega”.
Apesar de ser todo gravado no Ceará, o filme vai se passar também na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina e outros lugares da América do Sul, por isso, metade do elenco interpretará argentinos. Essa mistura também renderá um ‘cearenhol’, com Edmilson improvisando um espanhol com elementos do cearencês.
Alana Ferri, por sua vez, interpreta Micaela, a parceira de Wanderley e agente secreta argentina. No Ceará desde o último 21 de março para as gravações, a atriz diz que a preparação de luta, algo com que ainda não tinha trabalhado, ficou a cargo do próprio Edmilson que é tricampeão de taekwondo e lutador de kung fu desde os 12 anos de idade.
“A gente fez um mês de preparação bem intensa com o Edmilson ensinando bases de socos, chutes e depois colocando as coreografias das lutas. Eu sou fã da dupla, Halder e Edmilson, tem sido muito bom criar junto com eles”, diz.
Quem também está no filme é o cearense Samuel Girão que é o dublê de Edmilson Filho. “Foi bem puxado no início por causa das cenas de ação, em que faço as piruetas. O público vai ficar bastante impressionado com esse projeto”.
Batidores de gravação
O dia a dia das equipes inicia bem cedo, às 6h, e, sem contar com atores, há cerca de 90 pessoas envolvidas na produção do filme. É tudo muito dinâmico e corrido, já que são muitos detalhes que precisam ser constantemente revistos: maquiagem, deslocamento de equipe, equipamentos, figurinos, posição dos atores, som, iluminação, dentre tantos outros.
Chegamos pela manhã e acompanhamos um pouco da correria da produção para dar conta de toda a parte operacional e logística do filme. Nesse set, o almoço é servido no refeitório do CFO. O tempo é curto e logo as equipes precisam retornar para os cenários e retomar as gravações.
Lá, pudemos ver um pouco do diretor Halder Gomes em ação dando as coordenadas para as equipes e encontrando os melhores posicionamentos para os atores. Em cena, Edmilson Filho, André Segatti, Alana Ferri e Tóia Ferraz.
Fomento local
Edmilson destaca que mais uma vez a equipe escolheu o Ceará para ser a locação do filme, de modo a movimentar a economia local, empregar técnicos e profissionais daqui. “A gente poderia gravar em qualquer lugar, mas queremos fazer isso por aqui, os impostos voltam pro estado, pra cidade. Isso é muito importante pra fomentar a indústria local”.
O diretor Halder Gomes reforça ainda que é uma forma de ser “porta-voz de talentos”. “Quando a gente foi filmar no sertão, conhecemos um rapaz que trabalhava na roça e agora já fez vários filmes com a gente, vive do audiovisual. Isso tem sido não só com profissionais da técnica, não descobri o talento, fui um porta-voz desse talento que tá lá”.
Halder considera que esta reverberação do trabalho é um dos resultados mais gratificantes que tem.
“Quando vejo o poder transformador disso tudo, é muito gratificante ver que um filme pode evocar tanta coisa interessante, desmembrar tanto uma ideia, são muitos os resultados prazerosos, mas o que mais me instiga é ver como transforma também”.
Emendando um trabalho em outro - só em 2022, foram três lançamentos -, o diretor revela que tem vários projetos sendo tocados ao mesmo tempo e vêm mais outros no segundo semestre. Para CIC, Halder resume como um olhar particular ao gênero espionagem e que terá vários recursos tecnológicos.