Guia prático de como pular as 7 ondas no Ano Novo

Tradição de fé, proteção e renovação é ideal para começar o ano com boas energias.

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Redação producaodiario@svm.com.br
Pessoas vestidas de branco observam um grandioso espetáculo de fogos de artifício em uma praia durante a noite de réveillon.
Legenda: Pular sete ondas na virada do ano à beira-mar funciona como um gesto de entrega e esperança.
Foto: Davslens - davslens.com/Shutterstock.

Pular as sete ondas na virada do ano é um dos rituais mais populares do Réveillon nas praias brasileiras. Mais do que um costume simbólico, a prática carrega significados espirituais profundos ligados à fé, à renovação e aos pedidos para o novo ciclo que se inicia.

Para explicar a tradição e orientar quem deseja realizar o ritual, o Diário do Nordeste ouviu o tarólogo e cartomante Lincoln Walraven.

Segundo o especialista, a tradição tem origem na cultura afro-brasileira e, com o tempo, passou a ser adotada por pessoas de diferentes crenças.

Cada onda representa um pedido feito para o ano que começa, funcionando como um gesto de entrega e esperança. 

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Não existe uma forma “correta” de pular as ondas, mas algumas tradições são preservadas. O mais comum é pular sete ondas, fazendo um pedido em cada uma delas. Ao sair do mar, a recomendação é caminhar de costas, sempre de frente para o oceano. “Acredita-se que sair do mar dessa forma ajuda a manter a sorte e a proteção ao longo do ano”, afirma o tarólogo.

O número sete também tem um papel central no ritual. De acordo com Lincoln, ele é considerado um número mágico, cabalístico e divino, presente em diversas culturas e até em referências bíblicas. “Na umbanda, as sete ondas também representam as sete linhas, ligadas aos sete orixás. Ao pular as ondas, pedimos a Iemanjá, a rainha do mar, proteção e auxílio nessa nova jornada”, explica.

Dicas para o ritual

Apesar do significado espiritual, Lincoln alerta para cuidados práticos, principalmente durante a noite da virada. “O primeiro ponto é o bom senso. Evite entrar no mar se tiver bebido demais. Se for o caso, faça o ritual no raso, com a água até o joelho”, orienta.

Ele também reforça a importância do respeito ao mar: “O mar é sagrado. Antes de começar, toque na água, peça licença e proteção”.

Para quem não vai passar o Ano Novo na praia, o ritual pode ser adaptado. Uma alternativa indicada é o escalda-pés, feito com água morna ou quente, sal grosso e ervas secas ou pétalas de flores. “Durante o escalda-pés, faça suas preces pedindo que toda carga pesada seja retirada”, sugere.

Outra opção é o banho de sal grosso, sempre do pescoço para baixo, seguido obrigatoriamente de um banho com ervas como alfazema, alecrim, manjericão ou boldo, para reequilibrar as energias.