Ganhador da Mega-Sena morto foi aconselhado a mudar rotina, mas achava ser 'amigo de todo mundo'

Amigo recorda que Jonas Lucas acreditava que nada iria acontecer com ele

Escrito por Redação ,
Jonas Lucas
Legenda: Amigo de Jonas Lucas diz que deu conselho para vítima sobre rotina
Foto: Reprodução

Jonas Lucas Alves Dias, ganhador de R$ 47,1 milhões na Mega-Sena que foi sequestrado e morto em Hortolândia (SP), foi aconselhado a mudar de rotina e sair do bairro após ser premiado, segundo revelou nesta segunda-feira (19) um amigo próximo, que preferiu não se identificar. As informações são do g1

A vítima, de 55 anos, possuía hábitos simples e saía de casa todos os dias entre 5h30 e 6h para ir a uma padaria do bairro. Na manhã do último dia 13, ele foi sequestrado, extorquido e espancado. 

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Estima-se que Jonas Lucas ficou cerca de 20 horas em poder dos criminosos, que retiraram R$ 20,6 mil de sua conta, por saques e PIX, antes de ele ser abandonado na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348). Luquinha, como era chamado pelos amigos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu. 

Segundo seu amigo, ele nunca quis sair do Jardim Rosolém e acreditava que nada aconteceria. "'Muda de lugar, Luquinha, vai para um condomínio fechado, muda a rotina'. Ele nunca quis", recorda.

Depois do crime, os irmãos da vítima - que ainda moravam com o milionário na mesma casa que tinham antes do prêmio, pago em 2020 - tiveram de mudar de endereço por conta da repercussão do caso. "Eles [irmãos] estão presos, e os bandidos estão soltos. São pessoas simples, que correm risco de vida e estão escondidos. Que resolva o caso mais rápido possível", disse.

Transferência de R$ 3 milhões

Enquanto estava em poder dos criminosos, Jonas Lucas foi obrigado a enviar mensagens ao gerente de sua conta bancária pedindo a transferência de R$ 3 milhões. Os áudios com os pedidos foram obtidos pelo Fantástico e exíbidos no último domingo (18). 

"Não chegou nada do comprovante, consegue agilizar isso pra mim?", diz Jonas em uma das mensagens de áudio. "Tô aqui na fazenda, preciso fechar isso aqui hoje", afirma, em outro momento. 

A delegada Juliana Ricci, titular da Delegacia de Homicídios do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), informou que o pedido de Jonas foi negado pelo banco.

"Ele estava subjugado. Isso nós temos certeza. Pede a transferência bancária, que foi negada, obviamente, porque o valor era irreal para ser transferido sem ser presencialmente", detalhou a delegada.

Suspeitos

Até esta segunda-feira (19), as investigações apontaram três homens e uma mulher como suspeitos de envolvimento na morte de Jonas. Dois foram presos, e os outros seguem foragidos.

O primeiro preso da investigação foi Rogério Spínola, de 48 anos, conforme informação divulgada no sábado (17).  Segundo a delegada Juliana Ricci, ele tem uma série de passagens pela polícia por crimes como roubo, furto, homicídio, estelionato e lesão corporal.

Já a segunda suspeita, identificada como Rebeca, de 24 anos, foi detida no domingo (18). Segundo a Polícia Civil, foi para uma conta no nome dela que os suspeitos transferiram parte do dinheiro da vítima.

Os foragidos foram identificados como Marcos Vinicyus Sales de Oliveira, de 22 anos, e 
Roberto Jeferson da Silva, o Gordo, de 38 anos. 

 

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