Motorista que fazia flagras de traições em motéis encerra serviço após sofrer ameaças

Ao receber ligações de indivíduos que prometiam agredi-la, a mulher decidiu não se envolver mais com esse tipo de demandas

Escrito por Redação ,
Elizandra Regina de Cândido
Legenda: Antes de atuar como condutora particular, ela era artesã e confeccionava laços para crianças
Foto: reprodução/redes sociais

A motorista Elizandra Regina de Cândido, de 48 anos, que viralizou nas redes sociais após divulgar que fazia viagens particulares para flagrar maridos infiéis em motéis, revelou, nessa segunda-feira (19), que decidiu parar de oferecer esse tipo de serviço após receber ameaças.

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Moradora de São Vicente, Litoral de São Paulo, ela detalhou que, além de atuar nos "testes de fidelidade", também recebe pedidos mais simples, como levar crianças à escola e adolescentes até festas. Porém, após receber ligações telefônicas de indivíduos que prometiam até agredi-la fisicamente, a mulher decidiu não se envolver mais com as demandas sobre relacionamento.

"Eu não era detetive, elas queriam seguir os companheiros, me pagavam para estar ali com o carro e eu prestava esse serviço. Mas eu comecei até a ficar com medo, um deles disse até que ia fazer meu corpo de taco de baseball e quebrar meu carro com meu corpo, isso me apavorou muito, porque eu tenho filhos. Foi nesse momento que eu falei: 'Não, eu preciso parar com isso'", contou ao portal Uol. 
Elizandra Regina de Cândido
Motorista

A rotina de Elizandra começou a mudar em março deste ano, ao ser personagem de uma série de reportagens na imprensa nacional. Após ficar conhecida, passou a priorizar trabalhos durante o período do dia e a realizar corridas pela Uber — ela já tinha tentado atuar pela plataforma anteriormente, mas não havia conseguido. 

"Comecei a acordar muito cedo, então quando chegava à noite, que elas queriam que eu fosse atrás [dos maridos infiéis], ficava tarde. E agora também eu sou Uber, que faço só para mulheres, então eu não via mais a vantagem até na parte financeira", explicou á publicação. 

De dona de casa a empresária

Além do sucesso com os serviços de transporte, com clientela fixa pela manhã e nas primeiras horas da noite, Elizandra, que antes era artesã e confeccionava laços para crianças, também foi convidada para participar de palestras sobre empoderamento feminino e foi uma das agraciadas com o prêmio de "Mulher Caiçara", da Associação Amigos da Vila Valença (AAVV), de São Vicente, que visa homenagear personalidades femininas de destaque na região. 

"Hoje eu sou muito feliz, muito realizada. Eu era casada, e meu marido foi embora do dia para noite, comecei a fazer laços e, do nada, eu 'virei alguém'. Hoje, eu não dependo de ninguém. De uma dona de casa eu virei uma empresária, e com tudo isso eu aprendi que mesmo nas coisas ruins a gente tem que tirar proveito do bom", detalhou ao Uol

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