Sindicato faz vistoria em set de filme sobre Bolsonaro após denúncias
Equipe foi acionada após queixas sobre condições de trabalho.
O Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de São Paulo (Sated-SP) informou nesta terça-feira (9) que enviou representantes ao set do filme "Dark Horse", produção que retrata a trajetória do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tem lançamento previsto para 2026. A medida foi tomada após denúncias de atores e figurantes sobre problemas nas condições de trabalho.
Segundo a entidade, as reclamações chegaram na última sexta-feira (5) e motivaram a ida imediata dos delegados sindicais ao local das gravações.
“O Sated-SP recebeu relatos de diversas situações preocupantes tanto de figurantes quanto de atores. Delegados sindicais responsáveis pela fiscalização estiveram no local das gravações para dialogar com a equipe e a produção do filme, apresentando as denúncias recebidas e solicitando que sejam tomadas as devidas providências para garantir que os artistas sejam tratados de acordo com as regulamentações do Sated”, afirmou o sindicato.
A produção é assinada pelo deputado federal Mário Frias (PL-SP), responsável pelo roteiro e pela produção do longa. Procurado pelo jornal O Globo, ele não retornou.
Nunca tinha visto isso na minha vida, e trabalho com cinema há dez anos pic.twitter.com/FNdi72l68m
— Josias Teófilo (@josiasteofilo) December 9, 2025
Trajetória de Bolsonaro
O longa-metragem deve adotar um tom heroico e retratar Bolsonaro como “improvável vencedor” das eleições, além de abordar seu passado militar e ações contra o tráfico de drogas. O personagem inspirado em Adélio Bispo, autor da facada de 2018, aparecerá com nome fictício.
Com foco também no mercado internacional, "Dark Horse" mostrará a trajetória política de Bolsonaro, atualmente condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e preso preventivamente desde 22 de novembro.
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Imagens que circularam nas redes sociais mostram o ator norte-americano Jim Caviezel, que interpreta o ex-presidente, recriando a cena da facada em Juiz de Fora (MG), durante a campanha eleitoral de 2018.
O elenco reúne ainda nomes como Lynn Collins, Esai Morales e o brasileiro Felipe Folgosi, que vive um policial federal. A direção é de Cyrus Nowrasteh, cineasta conhecido por produções de temática religiosa como "O apedrejamento de Soraya M." e "O jovem Messias".