Caso Camille Vitória: veja o que sabe até agora sobre morte e desaparecimento de jovem
A família suspeita que a jovem de 21 anos tenha sido vítima de uma emboscada
O corpo de Camille Vitória, 21, a jovem que desapareceu após sair de casa para uma entrevista de emprego, foi enterrado nessa quarta-feira (17), no Rio de Janeiro. Depois de dez dias de buscas, a vítima foi achada em uma área de mata em Magé, na Baixada Fluminense. A suspeita da família é que ela tenha sofrido uma emboscada.
Camille era moradora de Magé e atuava como faxineira em alguns clubes da região, mas a família contou que ela também trabalhava com sobrancelhas e colocação de cílios. Ela tinha três filhos pequenos, sendo uma menina de 4 anos, um menino de 2 e um bebê de oito meses.
No último dia 5 de julho, Camille saiu de casa, em Anchieta, afirmando que faria uma entrevista de emprego no Centro do Rio de Janeiro. O suposto trabalho havia sido mediado pelo zelador de um dos clubes onde ela trabalhava — ele, depois, se tornou um dos principais suspeitos de envolvimento no crime.
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Zelador indicou jovem por saber que ela precisava de dinheiro
O desaparecimento de Camille estava a cargo da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA). Foram mais de dez dias de buscas, até o corpo ser achado na última segunda-feira (15). A Polícia chegou a pedir a prisão de dois suspeitos — o zelador e um ex-policial militar —, mas o requerimento foi negado pela Justiça.
O zelador foi quem, na delegacia, apontou onde estava o corpo da mulher. No entanto, ele apenas foi ouvido e teve de ser liberado.
Em depoimento à Polícia, o homem confirmou que intermediou a "entrevista de emprego" para a jovem. Ele disse que foi contratado por um ex-PM, que queria arranjar uma "mulher jovem e malandra" para flagrar com fotos e vídeos uma suposta traição conjugal. O "traído", no caso, seria um proprietário de postos de combustíveis. Ele teria 70 anos de idade e, a suposta esposa, 24.
O zelador contou que pensou em indicar Camille para o "trabalho" por saber que ela precisava do dinheiro. O combinado era que o "serviço" seria feito em Nova Campinas, em Duque de Caxias, exatamente no dia 5 de julho.
O ex-policial que solicitou o serviço teria telefonado para o zelador no dia do crime e dito que "deu ruim". "Fui buscar a menina e ela não estava lá. Desliga o telefone e quebra o chip", teria sugerido ele.
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Ex-PM diz que vítima receberia R$ 2 mil por 'serviço'
Em seu próprio depoimento à Polícia, o suspeito alegou ser amigo do homem que o contratou e admitiu que intermediou o contato de Camille para o "serviço".
No entanto, segundo ele, no trajeto de carro para Duque de Caxias, um homem de terno teria entrado no veículo e sentado no banco do carona. Poucos metros depois, ele teria descido do carro e, em seguida, o homem de terno e Camille também teriam descido. Depois disso, fora do veículo, ele disse ter visto o homem agredindo a mulher e afirmou que preferiu deixar o local, sem prestar socorro. O corpo foi encontrado na mesma região, em estado avançado de decomposição.
Segundo o jornal O Dia, o ex-PM, identificado como Ednalvaro Maia Rocha, revelou que Camille receberia R$ 2 mil pelo "serviço".