Juiz mantém prisão do empresário Thiago Brennand

O acusado é investigado por diversos crimes contra mulheres

O juiz plantonista do Fórum Criminal da Barra Funda (SP), Orlando Gonçalves de Castro Neto, decidiu manter a prisão do empresário Thiago Brennand. O acusado é investigado por diversos crimes contra mulheres.

Após ser preso nos Emirados Árabes, deportado e desembarcar no Brasil neste sábado (29), Brennand foi transferido para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros. As informações são de O Globo.

Desembarque da PF em Dubai

Uma equipe da Polícia Federal desembarcou na quinta-feira  (27) em Dubai, nos Emirados Árabes, para a etapa final do processo de extradição do empresário. Por causa do histórico de violência, havia a possibilidade de Brennand viajar algemado.

Agentes da PF confirmaram ao jornal O Estado de S. Paulo a viagem de um delegado e dois agentes da corporação, além de um agente com treinamento de jiu-jitsu para escoltar Brennand até o Brasil.

Normalmente, a escolta de cidadão brasileiro extraditado é feita por dois agentes da PF. O reforço na equipe deve-se ao histórico de violência do detento, que também responde a processos por agressão.

AGRESSÕES CONTRA O FILHO

Em março de 2023, foi revelado que o empresário, além de ter agredido uma modelo em uma academia, em São Paulo, uma nova denúncia surgiu contra Thiago Brennand. Um ex-funcionário, que trabalhou por 15 anos com o empresário, revelou que o Brennand batia e dava choques no filho. As informações foram divulgadas pelo programa Fantástico, da TV Globo, no dia 5 daquele mês.

O ex-motorista disse que Thiago Brennand é "um cara desumano". As agressões variavam entre cotoveladaschoques e "porradas". O funcionário revelou também que as agressões aconteciam na frente dele. "Ele se irritava, do nada. Se o menino não comesse o macarrão que ele queria, ele batia no menino", revelou ao programa semanal. 

O filho único do empresário Thiago Brennand, teve a rotina de agressões iniciada aos cinco ou seis anos, conforme revelado pelo ex-motorista. Os pais do adolescente se separaram quando a criança tinha dois anos. O menino morava com o pai. A mãe lutou pela guarda do filho na Justiça, que não foi concedida a ela. 

Ao Ministério Público, o ex-motorista prestou depoimento como testemunha. De acordo com o Fantástico, o caso de agressão contra o filho já é investigado. 

VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

O empresário é investigado por uma série de estupros e supostos rituais para tatuar as vítimas com as iniciais do próprio nome. Vítimas teriam relatado situações semelhantes em relação ao empresário. Entre as acusações estão cárcere privado, sexo sem camisinha, agressões físicas e verbais, perseguição e a marcação nas vítimas com as iniciais TFV. 

Antes de ser preso, ele fez uma série de vídeos sem informar em qual país estava. Além disso, citou "inveja" ao lembrar das denúncias. "Vocês mexeram com a pessoa errada. [...] Vocês morrem de inveja. Branco, heterossexual inegociável. Armamentista, obvio. Conservador, sempre", afirmou. 

O empresário estava fora do Brasil desde o dia 4 de setembro, um dia após ser denunciado pelo MP-SP pelo caso da agressão na academia.