Neste mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a Mpox como emergência sanitária global. Apesar do alerta mundial, a vacinação contra a doença não é recomendada para todos os públicos.
Segundo a organização, somente pessoas em risco (como aquelas que tiveram contato próximo com um paciente) ou que fazem parte de um grupo de alto risco de exposição ao vírus devem ser consideradas para a vacinação.
A imunização em massa, neste momento, não é recomendada, porque não existem doses suficientes da vacina para todos e as doses são priorizadas para áreas com maior transmissão da doença, como alguns países do continente africano.
Além disso, de acordo com a OMS, a Mpox tem afetado mais homens que fazem sexo com homens (HSH) e outros grupos específicos, como mostrado no surto de 2022. Naquele período, a transmissão foi majoritariamente entre homens gays, e a vacinação foi recomendada principalmente para esses grupos.
Existem dois imunizantes para a doença, são eles:
- Jynneos (Bavarian Nordic)
O imunizante é composto pelo vírus atenuado e é recomendado para adultos, incluindo gestantes, lactantes e pessoas com HIV. Possui efeitos colaterais considerados leves, como dor no local da aplicação, vermelhidão e inchaço. Algumas pessoas ainda podem sentir dor muscular, dor de cabeça e cansaço.
- ACAM 2000 (Emergent BioSolutions)
O imunizante é composto pelo vírus ativo e possui diversas contraindicações e mais efeitos colaterais, se tornando assim menos segura.
Com a declaração de emergência, o Ministério da Saúde no Brasil anunciou que negocia a compra de 25 mil doses da Jynneos com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
No entanto, em entrevista ao G1, a secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, não mencionou data para chegada.
Conforme a gestora, após a chegada e o embarque das doses, será realizada uma reunião do Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) do ministério, a fim de avaliar se a estratégia de vacinação precisa ser ajustada com base na situação global.
IMUNIZANTE BRASILEIRO
No Brasil, existe um comitê de especialistas que trabalha no desenvolvimento de uma vacina nacional desde 2022, quando houve um surto da doença. A iniciativa faz parte da Rede Vírus, comitê de especialistas em virologia criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para o desenvolvimento de diagnósticos, tratamentos, vacinas e produção de conteúdo sobre vírus emergentes no Brasil.
De acordo com o Ministério, em 2022, o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos doou para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) o material conhecido como “semente do vírus”, que é o ponto de partida para o desenvolvimento do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), ou seja, a matéria-prima para a produção do imunizante.
No momento, a pesquisa está na fase de estudo para o aumento da produção, verificando a obtenção de matéria-prima para atender a demanda em grande escala. Segundo Flávio Fonseca, professor e pesquisador da UFMG, o imunizante brasileiro é composto por um vírus semelhante ao da Mpox atenuado.
COMO SE PREVENIR DA MPOX
- Quando se aproximar de alguém infectado, a pessoa doente deve utilizar máscara (comum ou cirúrgica), sobretudo se tiver lesões na boca ou se estiver tossindo. Você também deve usar máscara
- Evite o contato pele a pele sempre que possível e use luvas descartáveis se precisar ter contato direto com as lesões
- Use máscara ao manusear vestimentas ou roupas de cama do doente, caso a pessoa infectada não possa fazê-lo sozinha
- Lave regularmente as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, especialmente após o contato com uma pessoa infectada
- Roupas, lençóis, toalhas, talheres e pratos dos infectados devem ser lavados com água morna e detergente
- Limpe e desinfete todas as superfícies contaminadas e descarte os resíduos contaminados (como curativos) de forma adequada
- Em países onde há animais portadores do vírus mpox, evite contato desprotegido com animais selvagens, sobretudo se estiverem doentes ou mortos (incluindo contato com carne e sangue do animal)
- Alimentos com partes de animais devem ser bem cozidos antes de serem consumidos