Quadrilha usa credenciais falsas, acessa sistema do CNJ e libera presos em BH

Um dos detentos foi recapturado e outros três estão foragidos.

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Redação producaodiario@svm.com.br
Três homens em fotos de identificação policial, com placas numeradas e régua de altura ao fundo.
Legenda: Ricardo Lopes de Araujo, Wanderson Henrique Lucena Salomão e Nikolas Henrique de Paiva Silva foram soltos de forma fraudulenta.
Foto: Divulgação/Sejusp-MG.

Quatro detentos deixaram a unidade prisional Ceresp Gameleira, na região Oeste de Belo Horizonte, no último sábado (20), após hackers usando credenciais falsas entrarem no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O acesso permitiu que ordens de soltura fraudadas fossem registradas e os presos liberados.

Ricardo Lopes de Araújo, Wanderson Henrique Lucena Salomão, Nikolas Henrique de Paiva Silva e Junio Cezar Souza Silva haviam sido presos no último dia 10 de dezembro. Além deles, outras cinco pessoas também foram presas por suspeitas de integrarem uma organização criminosa.

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Segundo a investigação do caso, comandada pelo Tribunal de Justiça de Minas e pela Corregedoria-Geral de Justiça, a quadrilha em questão é apontada como responsável de realizar acessos de forma ilegal no sistema do Judiciário.

As apurações mostraram que os envolvidos utilizavam credenciais legítimas para inserir informações falsas no Conselho Nacional de Justiça, da mesma forma que fizeram para liberar os comparsas presos.

Até então, não se sabe como o grupo criminoso obteve acesso a logins e senhas de associados para a entrada no sistema do CNJ.

Segundo informações do portal g1 de Minas Gerais, apenas um dos homens foi recapturado. Os outros três são considerados foragidos.

Com o acesso, apontou a investigação, eles conseguiam realizar as seguintes ações:

  • Liberação de presos com alvarás de soltura fraudulentos;
  • Desbloqueio de valores retidos na Justiça;
  • Alteração de mandados de prisão;
  • Liberação de veículos apreendidos.

Após o ocorrido, o CNJ apontou que todas as decisões faltas submetidas no sistema foram identificadas e canceladas em menos de 24 horas. O órgão ainda informou que não há indício de qualquer falha sistêmica ou envolvimento de servidores até o momento.

O caso continua sob investigação pela Segurança Pública de Minas Gerais e pelo tribunal de Justiça, enquanto o estado deve atrasar as próximas ordens de soltura para verificação de autenticidade.

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