Tornado atinge Farroupilha e deixa rastro de destruição em cidade gaúcha; entenda o fenômeno
Veja a diferença entre tornado, furacões, ciclones e tufões
Um tornado atingiu a cidade de Farroupilha, no Rio Grande do Sul, na tarde da última terça-feira (23) acompanhado de chuva e ventos que causaram estragos por toda a região. Apesar do estrago, não houve feridos.
De acordo com a Prefeitura de Farroupilha, também não há registro de desabrigados ou desalojados. Informações divulgadas pela Defesa Civil local apontam que a comunidade de Vila Rica foi a que sofreu os maiores danos. Na localidade, uma escola municipal e cerca de 20 casas foram destelhadas pelas rajadas de vento que ultrapassaram os 100 km/h.
Quedas de árvores e destelhamentos também foram registrados em outras localidades, mas em menor intensidade.
A Defesa Civil recomenda à população de Farroupilha que evite ir até as áreas atingidas pelo tornado e que também não faça manutenção por conta própria nos imóveis atingidos. Também é preciso tomar cuidado com a rede elétrica, porque há fios e cabos caídos na rua e que podem estar energizados.
A previsão para o estado do Rio Grande do Sul nesta quarta (24), véspera de Natal, é de chuva moderada a pontualmente forte.
É comum tornado no Brasil?
No fim deste ano, o Sul do País têm sido atingido por fenômenos ambientais de grande impacto, incluindo tornados e ciclones.
No caso dos tornados, eles surgem de tempestades severas, mas tem uma capacidade de ação mais concentrada.
A maior tendência é que se formem na região Centro-Sul da América do Sul, especialmente no oeste dos estados do Sul do Brasil, o que representa cerca de 70% das ocorrências de tornados no país, conforme informações divulgadas pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Essa propensão é resultado da Cordilheira dos Andes, que atua como uma barreira natural e canaliza o escoamento de grandes massas de ar úmida da Amazônia e o para o Centro-Sul do continente, favorecendo um acúmulo de umidade sobre esse trecho do território brasileiro.
Nessa área, formam-se grandes massas de ar que giram internamente. Quando essas células ganham intensidade e estendem a rotação até o solo, formam-se os tornados.
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Além disso, a região Sul também sofre constantemente influência de frentes frias, que injetam massas de ar com características muito distintas. O encontro entre ar quente e úmido e ar frio contribui para a aceleração dos ventos e, em maior intensidade, gerando o fenômeno.
No caso dos tornados, eles são extremamente localizados, o que os diferencia dos ciclones, que duram por vários dias e afetam uma área territorial maior.
Ainda de acordo com o Simepar, furacões, tufões e ciclones tropicais intensos são essencialmente o mesmo fenômeno, nomeados de acordo com a região do planeta em que ocorrem. Devido à condição de temperaturas não costumam se formar sobre o Atlântico Sul, que tem águas mais frias.
Até hoje, o único furacão nesta região foi o Catarina, em março de 2004, que impactou diretamente o litoral norte do Rio Grande do Sul, o litoral sul de Santa Catarina, e causou ventos de mais de 180km/h em superfície no litoral paranaense, de forma constante, por algumas horas.