Trump oficializa 'Gold Card' e residência nos EUA poderá ser obtida com doação milionária

Objetivo é priorizar a contratação de americanos e restringir vistos a estrangeiros altamente qualificados

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 18:46, em 25 de Setembro de 2025)
Um cartão dourado de Trump apresentado no Salão Oval da Casa Branca.
Legenda: O gold card apresentado por Trump. Ele leva o rosto do presidente junto da imagem da estátua da liberdade.
Foto: Mandel NGAN / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta sexta-feira (19) uma ordem executiva que cria o programa “Gold Card”, voltado a estrangeiros dispostos a pagar pelo direito de residência no país.

O valor mínimo exigido é de US$ 1 milhão (R$ 5,32 milhões). No caso de patrocínio por empresas, a quantia sobe para US$ 2 milhões (R$ 10,6 milhões).

O anúncio foi feito na Casa Branca, ao lado do secretário de Comércio, Howard Lutnick, com um cartaz exibindo a frase: O Cartão Dourado Trump chegou.

Próximos passos

Com a ordem executiva, os departamentos de Comércio, Estado e Segurança Interna terão 90 dias para definir regras e procedimentos de concessão. O governo também prevê taxas administrativas extras para custear o processamento acelerado.

Doações milionárias serão destinadas a comércio e indústria

O valor arrecadado com o programa será depositado em um fundo separado do Tesouro norte-americano, segundo ordem executiva.O dinheiro deverá ser aplicado em iniciativas voltadas a fomentar o comércio e a indústria dos Estados Unidos, sob supervisão do governo federal.

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Críticas à gestão anterior 

No documento que oficializa o “Gold Card”, a Casa Branca faz duras críticas à administração anterior. 

Segundo o texto, “a administração anterior permitiu que milhões de estrangeiros entrassem ilegalmente nos Estados Unidos, em detrimento da segurança pública, da segurança nacional e do Estado de Direito”.

A ordem executiva também acusa governos passados de terem favorecido cartéis internacionais, organizações criminosas e terroristas.

Gold Card e H-1B entenda a distinção 

Donald Trump aparece sentado à mesa no Salão Oval da Casa Branca, ao lado de um homem em pé.
Legenda: O presidente dos EUA, Donald Trump, sentado ao lado de uma placa que diz 'O Cartão Dourado Trump chegou', com o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick.
Foto: Reprodução/Rede social.

O novo programa, no entanto, não substitui outros vistos já existentes. O H-1B, por exemplo, que é porta de entrada para profissionais estrangeiros nos Estados Unidos, apresenta diferenças importantes em relação ao Gold Card.

Objetivo

  • H-1B: atrair profissionais qualificados para ocupar vagas em empresas americanas.
  • Gold Card: captar investidores milionários dispostos a financiar diretamente o governo.

Critério Principal

  • H-1B: exige vínculo empregatício com empresa nos EUA.
  • Gold Card: exige doação mínima de US$ 1 milhão (R$ 5,32 milhões) ou US$ 2 milhões (R$ 10,6 milhões) em caso de patrocínio empresarial.

Duração

  • H-1B: visto temporário, válido por até 6 anos.
  • Gold Card: concede residência permanente.

Custos adicionais

  • H-1B: nova ordem executiva prevê taxa anual de US$ 100 mil por candidato, além das taxas usuais.
  • Gold Card: valores vão para um fundo do Tesouro, destinado a fomentar comércio e indústria.

Entenda a trajetória do 'Gold Card'

Trump já havia falado do programa em fevereiro, quando apresentou o “Gold Card” como forma de atrair estrangeiros capazes de investir e gerar empregos nos Estados Unidos. À época, prometeu que o projeto seria implementado em duas semanas.

Em abril, chegou a mostrar um protótipo do cartão a jornalistas e afirmou que o visto custaria US$ 5 milhões, com possibilidade de aprovação em até sete dias. O valor final anunciado nesta sexta é consideravelmente menor.

“Acredito que vai ser tremendamente bem-sucedido”, disse Trump ao oficializar a medida.

*Estagiária sob supervisão da jornalista Aline Conde.

 

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