EUA incluirão 'antiamericanismo' como critério na análise de vistos para imigrantes

Medida se soma a outras ações do governo norte-americano para barrar imigração

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 22:07)
Imagem de Donald Trump entrando no Air Force One usada em matéria sobre antiamericanismo será critério de análise para vistos de imigrantes
Legenda: O governo americano alertou, há cinco dias, que mães brasileiras não devem viajar aos Estados Unidos unicamente com a intenção de garantir a cidadania de seus filhos recém nascidos
Foto: Andrew Harnik / AFP

A Casa Branca anunciou, nesta terça-feira (19), que o Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS), vai considerar o "antiamericanismo" como critério na hora de analisar solicitações de visto e outros benefícios para imigrantes.

Segundo o governo norte-americano, a medida vai se expandir pela verificação das redes sociais dos solicitantes, pois os 'benefícios dos Estados Unidos não devem ser concedidos àqueles que desprezam o país', disse em publicação na rede social X.

“Os benefícios dos Estados Unidos não devem ser concedidos àqueles que desprezam o país e promovem ideologias antiamericanas. Os benefícios de imigração — incluindo viver e trabalhar nos EUA — continuam sendo um privilégio, não um direito”, afirmou em comunicado o porta-voz do órgão, Matthew Tragesser.

O USCIS disse que a determinação "está atualizando as orientações sobre os fatores que os agentes consideram em certas solicitações de benefícios" e "expandiu os tipos de solicitações de benefícios que passam por verificação nas redes sociais".

No documento divulgado no site oficial da agência de imigração, os benefícios serão negados para todos que tenham “endossado, promovido, apoiado ou de outra forma defendido as opiniões de uma organização ou grupo terrorista - incluindo estrangeiros que apoiam ou promovem ideologias ou atividades antiamericanas, terrorismo antissemita e organizações terroristas antissemitas - ou que promovam ideologias antissemitas".

Ou seja, na nova interpretação do atual governo, os benefícios serão bloqueados se forem encontrados, nas redes sociais do solicitante, algum discurso contra os Estados Unidos.

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Reversão da cidadania por nascimento

Há cinco dias, a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil também publicou no X, um vídeo avisando a mulheres grávidas que "não é permitido" viajar aos Estados Unidos apenas com objetivo de dar à luz e garantir a cidadania americana aos seus filhos.

Os EUA está num grupo de 30 países onde a cidadania por direito de nascença — ou princípio do jus soli, "direito do solo" — é aplicada. A maioria está em outras nações do continente americano, como Canadá e México.

"Viajar para os EUA com o principal objetivo de dar à luz para que seu filho obtenha cidadania americana não é permitido. Oficiais consulares vão negar o seu pedido de visto caso haja indícios de que essa é a sua intenção", diz a publicação da embaixada.

Em junho, a Suprema Corte dos EUA emitiu uma decisão favorável a uma lei proposta por Donald Trump, que visa proibir a cidadania dos EUA a filhos de turistas nascidos no país, um direito consagrado logo após a Guerra Civil por meio da 14ª Emenda da Constituição.

A cidadania por nascimento torna automaticamente qualquer pessoa nascida no país um cidadão americano, incluindo crianças nascidas de mães que estavam no país ilegalmente. A ordem executiva visa limitar a cidadania pelo direito de nascença, e foi assinada por Trump no seu primeiro dia de governo, em 20 de janeiro.

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