Governador indonésio admite falhas e atribui resgate lento de Juliana Marins à neblina e à chuva
Lalu Muhamad Iqbal publicou uma carta aberta aos brasileiros em suas redes sociais
Lalu Muhamad Iqbal, governador da província de Sonda Ocidental, onde fica o Monte Rinjani, na Indonésia, admitiu a inexistência de estrutura adequada para resgate em situações como a enfrentada por Juliana Marins. A brasileira caiu em um penhasco durante uma trilha ao vulcão e morreu após diversos ferimentos nas costas e na região torácica.
Em carta aberta aos brasileiros divulgada no Instagram, o mandatário reforçou que a maior dificuldade dos socorristas foi driblar as condições climáticas do local, que constantemente é tomado por chuvas e por uma névoa densa.
"Estamos todos profundamente abalados por essa tragédia. [...] Quero assegurar que, desde o primeiro momento em que fomos informados do acidente, nossa equipe de resgate agiu com urgência e dedicação. Eles arriscaram a própria segurança para cumprir sua missão", discursou o governador nesse sábado (28).
A publicação foi direcionada, nominalmente, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao Itamaraty.
"Além disso, o terreno arenoso próximo ao local criou riscos extremos para os dois helicópteros que mobilizamos, pois a entrada de areia nos motores tornava as operações de resgate aéreo inseguras", continuou Iqbal.
Em seguida, ele reconheceu que a quantidade de profissionais certificados em resgate vertical "ainda é insuficiente" e que as equipes locais "carecem de equipamentos avançados" para esse tipo de salvamento.
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O governador disse, também, que o fim trágico da viagem de Juliana Marins alertou as autoridades indonésias para o aprimoramento da segurança na trilha do Monte Rinjani.
"Percebemos que a infraestrutura de segurança ao longo da trilha de Rinjani precisa ser aprimorada, já que essa montanha deixou de ser apenas um destino de trilha para se tornar uma atração turística internacional", comentou.
Nos últimos cinco anos, além da morte de Juliana, outras oito pessoas perderam a vida na trilha do parque nacional e cerca de 180 sofreram ferimentos.
Lembre o caso
No dia 21 deste mês de junho, Juliana Marins percorria uma trilha para o Monte Rinjani, na Indonésia, quando perdeu o equilíbrio e caiu de uma altura de aproximadamente 300 metros.
As operações de resgate da brasileira foram constantemente interrompidas pelo governo indonésio, que alegava dificuldades em enfrentar as condições climáticas na região.
O corpo da turista foi encontrado sem vida na terça-feira (24), a cerca de 600 metros de profundidade. No entanto, ela só foi içada na quarta (25), com ajuda de alpinistas e montanhistas locais.