Juliana Marins continuava escorregando e precisava de mais corda, diz especialista
O montanhista e geógrafo Pedro Hauck explicou a complexidade do resgate
O montanhista e geógrafo Pedro Hauck explicou que o resgate de Juliana Marins, brasileira que faleceu após uma queda no vulcão Rinjani, na Indonésia, foi especialmente complexo não apenas devido às condições climáticas adversas, mas também pelas características geológicas da região.
A declaração foi feita na manhã deste domingo (29), durante entrevista ao programa Agora CNN. Segundo o especialista, o terreno do vulcão é formado por rochas frágeis, conhecidas popularmente como pedra-pomes, o que dificulta ainda mais as operações de resgate.
Essa característica torna a superfície do terreno extremamente instável e suscetível a deslizamentos, o que possivelmente fez com que Juliana continuasse escorregando ao longo do tempo após a queda.
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“Quando eles tinham uma corda de certo tamanho, ela já tinha escorregado mais, a corda já não servia e precisou trazer mais corda. Tudo isso demora muito, e 70 pessoas precisam de água, comida, abrigo. Precisa ter gente para levar para lá, peso nas costas. Sem o helicóptero, tudo fica muito lento. É um trabalho imenso fazer isso num tempo rápido”, detalhou.
O que aconteceu com Juliana Marins
A publicitária Juliana Marins estava desaparecida desde o dia 20 de junho, após cair de um penhasco no Monte Rinjani. Com uma queda de aproximadamente 300 metros de distância da trilha original, com a jovem deslizando desde então.
Juliana então permaneceu sem água, comida ou roupas apropriadas para o frio, e imobilizada à espera de socorro, em meio às tentativas frustradas de resgate atrapalhadas pelas condições climáticas.
A morte dela foi confirmada no dia 24 de junho, em um comunicado da família. "Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu", divulgou a família pelas redes sociais.