Após nota sobre Bolsonaro, Itamaraty convoca encarregado da gestão Trump
Embaixada dos Estados Unidos afirmou que Jair Bolsonaro e seus apoiadores estão sendo perseguidos no Brasil
O Itamaraty convocou o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos (EUA) em Brasília, Gabriel Escobar, para cobrar um posicionamento sobre declaração em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta quarta-feira (9), a representação estadunidense defendeu o ex-presidente, afirmando que ele, seus familiares e apoiadores estão sendo perseguidos de modo vergonhoso e antidemocrático.
“Jair Bolsonaro e sua família têm sido fortes parceiros dos Estados Unidos. A perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil. Reforçamos a declaração do presidente Trump. Estamos acompanhando de perto a situação. Não comentamos sobre as próximas ações do Departamento de Estado em relação a casos específicos”, escreveu a Embaixada dos EUA, em nota.
Conforme o jornal O Globo, ainda não se sabe quando a reunião acontecerá, mas representantes do Palácio do Planalto e do Itamaraty avaliam a manifestação da embaixada um tom acima do normal.
No Brasil, a Embaixada dos EUA no Brasil está sem titular desde a posse de Trump, em janeiro deste ano. Anteriormente, o posto era comandado por Elizabeth Bagley.
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Lula critica interferência de Trump
Na segunda-feira (7), Trump escreveu na Truth Social que Bolsonaro é alvo de perseguição no Brasil, classificando como "uma coisa terrível no tratamento dado ao ex-presidente". Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado após derrota nas eleições de 2022.
Em resposta, o presidente Lula defendeu as instituições brasileiras que, segundo afirma, são sólidas e independentes.
"A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito", escreveu Lula.