Comissão veta inclusão de canetas emagrecedoras no SUS devido ao alto custo de tratamento

Segundo Conitec, comissão ligada ao Ministério da Saúde, custos poderiam chegar a R$ 7 bilhões em cinco anos

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Redação producaodiario@svm.com.br
Canetas Ozempic, com semaglutida, medicamento que foi analisado pelo SUS
Legenda: Canetas como Ozempic, Wegovy e Saxenda receberam parecer contrário da comissão por conta do valor de venda das canetas
Foto: Caroline Ruda/Shutterstock

A incorporação dos medicamentos à base de semaglutida e liraglutida no SUS recebeu parecer contrário da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec). Segundo o órgão, o alto custo das medicações é um dos fatores para a posição negativa.

A Conitec é responsável por realizar análises técnicas e consulta pública com o intuito de decidir quais tratamentos devem ser incluídos no sistema público de saúde brasileiro.

Dois pedidos eram analisados por um grupo técnico na última semana: a inclusão da semaglutida, da farmacêutica Novo Nordisk, e a da liraglutida, presente em canetas como a Saxenda.

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A primeira analisada é utilizada no tratamento de pacientes com obesidade grau II e III, sem diabetes e acima de 45 anos, com doença cardiovascular. Já a segunda é normalmente indicada para pacientes com obesidade e diabete tipo 2.

Aprovados no Brasil, os medicamentos possuem custo estimado de R$ 1 mil por cada caneta aplicadora. O preço, inclusive, foi o principal ponto levantado pela comissão, citando o alto custo, o que contrastaria com a restrição orçamentária. 

Alto custo para o SUS

Relatórios do Ministério da Saúde apontaram que o custo estimado seria de R$ 4,1 bilhões em cinco anos. O valor poderia chegar a R$ 7 bilhões no mesmo período, se considerados os casos em que um tratamento contínuo é necessário.

Além disso, a questão do uso contínuo e o oferecimento de cirurgia bariátrica pelo SUS, outra alternativa para pacientes obesos, também foi citada na análise. 

Até agora, por conta da decisão, os medicamentos seguirão fora do que é coberto pelo SUS e não serão incorporados nos medicamentos da rede pública.

Em maio deste ano, a Conitec já havia iniciado estudo sobre a semaglutida, que resultou na divulgação de um parecer negativo. "Membros consideraram a elevada razão custo-efetividade incremental da tecnologia avaliada, o elevado impacto orçamentário incremental e a incerteza do tempo de uso da semaglutida", apontou o relatório divulgado no fim de junho.

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