Legislativo Judiciário Executivo

Voto de Moraes pela condenação de Bolsonaro é de 'raiva, ódio e vingança', diz Flávio Bolsonaro

O senador afirmou ainda que Moraes acha que o pai "queria matá-lo"

Escrito por
Raísa Azevedo raisa.azevedo@svm.com.br
(Atualizado às 15:55, em 12 de Setembro de 2025)
foto do senador Flávio Bolsonaro
Legenda: Para Flávio Bolsonaro, a ação não possui embasamento jurídico ou provas que condenem os réus
Foto: Lula Marques / Agência Brasil

O senador Flávio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, manifestou-se nesta terça-feira (9) sobre o voto do ministro Alexandre de Moraes no julgamento do primeiro núcleo da ação sobre a trama golpista.

Sobre o parecer favorável de Moraes à condenação do ex-presidente, Flávio disse ter acompanhado a ação "com dor no coração". Segundo o filho primogênito de Bolsonaro, o voto do ministro é baseado em "raiva e ódio" e fruto de uma "vingança".

No julgamento, Moraes pontuou que "não há dúvidas" de que Bolsonaro se reuniu com comandantes das Forças Armadas para discutir a "quebra da normalidade institucional". "É um fato incontroverso", afirmou o relator. O ministro imputa ao ex-presidente, especificamente, o crime de liderar o grupo que atentou contra o Estado Democrático de Direito.

>> Acompanhe ao vivo: após Moraes pedir a condenação de Bolsonaro, Flávio Dino vota

A Primeira Turma do STF retomou nesta terça-feira o julgamento do caso, que está na fase dos votos dos magistrados.

Para Flávio Bolsonaro, a ação não possui embasamento jurídico ou provas que condenem os réus, sendo baseada em uma "vingança". O senador citou ainda que Moraes acha que o pai "queria matá-lo".

"É uma tristeza no coração ver como uma pessoa pronuncia um voto político com tanta raiva, fala com tanto ódio. Parecia um líder do governo do PT no Supremo, proferindo palavras sem embasamento jurídico, sem vinculação com absolutamente nenhuma prova", afirmou Flávio.

 como quem está ali praticando uma vingança, porque na cabeça dele parece que Jair Bolsonaro queria matá-lo", completou.

Veja também

Julgamento

O STF analisa, nesta semana, a autoria individual dos oito réus envolvidos em uma série de atos criminosos praticados entre julho de 2021 e 8 de janeiro de 2023 — data que marcou os atos golpistas na sede dos Três Poderes, em Brasília.

Os movimentos, segundo Moraes, foram planejados para manter o grupo definitivamente no comando do País, impedindo a "republicana e democrática" alternância de poder. "Quiseram se perpetuar no poder ignorando a democracia. É o golpe de Estado", afirmou o magistrado.

Ao analisar o mérito, Moraes implicou diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro como líder da organização criminosa que atentou contra o Estado Democrático de Direito.

"O conjunto é de uma organização criminosa sob a liderança de Jair Messias Bolsonaro, é que durante o período de julho de 2021 até 8 de janeiro de 2023. Essa organização criminosa, com divisão de tarefas e hierarquizado, praticou vários atos executórios. Primeiro, atentar contra o Estado Democrático de Direito, pretendendo restringir ou suprimir, mediante grave ameaça, a atuação de um dos Poderes do Estado. Neste caso, o Judiciário. E ainda atos executórios para consumir, por meio de violência ou grave ameaça, um governo legitimamente constituído", disse.

O relator reforçou que o julgamento "não discute se houve tentativa ou não tentativa de golpe", mas sim a "autoria".

Moraes listou ações que indicam atos executórios da tentativa de golpe. Ele citou declarações de Bolsonaro e seus aliados com a finalidade de promover "desinformação" sobre o sistema eleitoral, o ato de 7 de Setembro, reunião com embaixadores e interceptação de eleitores feita pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia da eleição.

Assuntos Relacionados