Tasso diz que Ciro tem a missão de reconstruir o PSDB no Brasil e a 'cultura de alegria' no Ceará
Ex-ministro retorna ao partido após quase três décadas da sua desfiliação, no fim dos anos 1990
Liderança do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) no Ceará, o ex-senador Tasso Jereissati atribuiu ao novo filiado da legenda, Ciro Gomes, as missões de reconstruir a agremiação — após um histórico de cisões — e o que chamou de “cultura de alegria” no Ceará.
A declaração do político aconteceu nesta quarta-feira (22), durante o ato de filiação do ex-pedetista. Na ocasião, Jereissati abonou a ficha do ex-ministro da Integração e ex-governador do Ceará, marcando o retorno dele ao partido quase 30 anos após sua saída. Além disso, anunciou Ciro como o novo presidente do PSDB no Estado.
“Missão” no PSDB
“Ciro tem duas missões nesse momento, importantíssimas e históricas”, salientou Tasso, antes de mencionar quais seriam. “Uma, ao nível nacional: Ciro vai ajudar a reconstruir um partido, que mais do que nunca é necessário ao Brasil”, citou.
Nas palavras dele, o PSDB deve ser “um partido de centro que consiga dialogar com todos, que não exclua ninguém, que esteja aberto e tenha a tolerância, compreensão e espírito democrático”. Assim, afirmou, deverá “entender se um deputado e mais à direita ou é mais à esquerda” e ter “a capacidade de dialogar e conviver”.
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Na esteira do que elegeu como primeira missão, Tasso se mostrou crítico ao “clima de intolerância e divisão” e alegou que a sua legenda “tem esse papel para a história do Brasil e para o futuro do Brasil”, o de apontar para uma saída do cenário indicado.
“Missão” de Ciro no Ceará
E deu continuidade para sua explanação, atribuindo uma segunda iniciativa. “Outra missão, Ciro”, disse, se dirigindo ao recém-filiado. “É reconstruir, aqui, no estado do Ceará, aquela cultura de alegria, de entusiasmo, autoestima e orgulho de ser cearense”, falou.
Tasso relembrou sua trajetória como governador do Estado. De acordo com ele, antes de chegar ao comando do Executivo estadual, o Ceará era conhecido como “a terra dos três coronéis”. “Viramos essa história. Não eu, nós. O Ciro e outros tantos, administradores, técnicos, secretários, políticos. Mudamos essa imagem do Ceará”.
A liderança tucana declarou ainda que há um desconhecimento por parte da população quanto ao nome de quem governa o Ceará atualmente. “Não é difícil quem não saiba o nome”, disse.
“Onde é que está a presença, a personalidade cearense, colocada na política brasileira? Não existe mais”, continuou, criticando ainda os índices de violência e a presença de facções criminosas no Estado.
Possibilidade de vencer o Governo
Pouco antes, também no seu discurso, Tasso agradeceu ao atual dirigente do PSDB Ceará e prefeito de Massapê, Ozires Pontes, e à presidente do tucanato em Fortaleza, Kamyla Castro, pela condução dos diretórios da sigla. E saudou os presidentes de outras legendas que estiveram no ato de filiação de Ciro Gomes.
Segundo ele, os líderes partidários, “representam um simbolismo muito especial”. “Pela primeira vez, em muitas eleições. Muitas! Pelo menos umas três ou quatro... Existe hoje uma possibilidade de haver uma aliança política capaz de confrontar com a hegemonia do Governo do Estado do Ceará. Pela primeira vez”, pontuou.
E mencionou alianças realizadas em pleitos passados: “Nas últimas eleições era praticamente 23 partidos contra 2. O tempo de televisão era 90% contra 10%, e assim por diante”.
“Pela primeira vez temos aqui representado um espectro do pensamento da política no estado do Ceará capaz de confrontar. E não só confrontar, mas vencer essa fase de retrocesso”, falou.