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STF forma maioria para rejeitar recurso de Jair Bolsonaro e mantém condenação

Os ministros votaram os embargos de declaração no plenário virtual.

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 16:40)
Jair Bolsonaro durante sessão no STF.
Legenda: Ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar trama golpista.
Foto: Walter Campanato/ Agência Brasil.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), formou maioria, nesta sexta-feira (7), para rejeitar o recurso apresentado por Jair Bolsonaro, e manteve a condenação do ex-presidente a 27 anos e três meses por envolvimento na trama golpista.

Em setembro, por 4 votos a 1, a mesma turma fixou pena de 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma organização criminosa que atuou para manter o ex-presidente no poder mesmo após a derrota nas urnas eletrônicas.

O grupo utilizou estruturas do Estado, como a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), contra adversários políticos, além de ter planejado o assassinato de autoridades e atacado o sistema eletrônico de votação.

Os ministros julgaram, no plenário virtual, os chamados embargos de declaração, que pedem esclarecimentos sobre omissões, contradições e obscuridades nos votos. Essa etapa não reverte o quadro de condenação. Os votos podem ser inseridos no sistema eletrônico da Corte até o dia 14 de novembro.

Três ministros já rejeitaram os argumentos apresentados pela equipe de defesa de Bolsonaro, que considerou a sentença "injusta" e afirmou que a condenação é insustentável. Segundo os advogados, não há base para condenar o ex-presidente pelos atos de 8 de janeiro, já que ele não foi autor intelectual nem incitou os crimes.

O relator do caso, Alexandre de Moraes, afirmou que ficou comprovada a participação do ex-presidente na trama golpista.

“Também foi demonstrada a autoria delitiva do embargante [Bolsonaro], tendo exercido a liderança da organização criminosa armada. Seus apoiadores invadiram os edifícios-sede das instituições democráticas, destruíram, inutilizaram e deterioraram o patrimônio do Estado brasileiro, propagando a falsa narrativa de fraude eleitoral em 2022”, escreveu Moraes em seu voto.

Os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin acompanharam o relator.

Falta apenas o voto da ministra Cármen Lúcia, já que Luiz Fux deixou o colegiado e agora integra a Segunda Turma.

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Quem está sendo julgado nos embargos de declaração:

  • Alexandre Ramagem — deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier — almirante e ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres — ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
  • Augusto Heleno — general e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Jair Bolsonaro — ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira — general e ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto — general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa.
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