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No julgamento de Bolsonaro, defesa de Mauro Cid diz que militar não foi coagido pela PF e por Moraes

A defesa pontuou que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro não tinha conhecimento dos planos da suposta tentativa de golpe

Escrito por
Matheus Facundo matheus.facundo@svm.com.br
Foto do advogado Jair Alves, da defesa e Mauro Cid
Legenda: O advogado de defesa Jair Alves foi o primeiro a falar no retorno do julgamento
Foto: Luiz Silveira/STF

A defesa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e um dos oito réus na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, afirmou durante o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (2) que o militar não sabia dos planos do golpe e não foi coagido pela Polícia Federal (PF) nem pelo ministro Alexandre de Moraes durante a delação premiada. O advogado Jair Alves Pereira foi o primeiro a falar à tarde, quando a sessão retornou. 

Alves disse que as outras defesas vão acusar Cid de ter sido coagido, e, que, por isso, era importante reforçar a validade da colaboração premiada. Ele citou que essas acusações ocorrem por conta de um vazamento publicado na revista Veja.

Nos áudios, Cid estaria falando que tinha discordâncias com o delegado da PF. "Isso não é coação. Ele só está reclamando da posição do delegado, e isso é direito dele", pontuou o advogado. 

Acompanhe ao vivo a primeira sessão do julgamento de Bolsonaro:

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'Ele falou tudo que sabia' 

Jair ainda pontuou que Cid "falou tudo que sabia" nos depoimentos de colaboração premiada, e que ele não tinha conhecimento dos planos do suposto golpe

"Ele [Mauro Cid] falou tudo que sabia, e falar tudo que sabe, e praticar tudo que se sabia é diferente. A vida segue dele seguia fora da ajudância de ordem, e ser ajudante só atrapalhou a vida dele.  Ele não confessou nada porque não tinha conhecimento do Punhal Verde Amarelo. Não fazia parte de grupos, ele só recebeu um arquivo. Ele não tinha conhecimento dos planos", declarou a defesa. 

Também da equipe de Mauro Cid, o advogado Cezar Roberto Bittencourt disse que não há provas concretas contra Cid e "não há uma linha que demonstra a intenção de Mauro Cid em subverter o regime atual vigente". 

Ele falou ainda que Mauro só tinha "presença física e institucional" por seu trabalho com o ex-presidente Bolsonaro: "Isso não é crime, nem aqui e nem na China". 

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