Luizianne justifica ida à missão humanitária em Gaza: 'Sou militante radical dos direitos humanos'
Deputada federal cearense falou à imprensa ao retornar para Fortaleza neste sábado (11)
A deputada federal Luizianne Lins (PT) desembarcou em Fortaleza na tarde deste sábado (11), dois dias após retornar ao Brasil depois de ser detida pelo exército israelense durante participação em missão humanitária que pretendia ajudar a população de Gaza.
“Sou militante radical dos direitos humanos, então onde houver injustiça contra qualquer ser humano nessa vida e eu for convocada, eu vou”, afirmou a ex-prefeita da capital cearense à imprensa.
A parlamentar foi recepcionada no aeroporto de Fortaleza por centenas de integrantes da militância, membros da torcida organizada do Ceará, do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra e figuras políticas.
Entre as autoridades e lideranças que recepcionaram a deputada federal, estavam Waldemir Catanho, Superintendente do Detran; Lia Freitas, primeira dama do Ceará; Antônio Carlos, presidente do PT Fortaleza; Larissa Gaspar (PT), deputada estadual, José Airton (PT), deputado federal; e Mari Lacerda (PT), vereadora de Fortaleza.
Segundo Luizianne, os dias de detenção foram “muito difíceis” e incluíram superlotação enquanto estava na prisão de segurança máxima e maus-tratos, como ter que ficar por mais de uma hora de joelhos e cotovelos no chão.
“Foi uma imagem que o ministro da segurança nacional de Israel fez questão de mostrar para toda a população israelense”, afirmou.
A deputada ainda acrescentou que, após a interceptação da embarcação de ajuda humanitária, todos os pertences dos tripulantes foram levados.
Veja também
Ela reforçou que “todos os olhos” devem seguir em Gaza, em referência ao acordo de paz entre Hamas e Israel. “Nós começamos agora a ter um respiro”, considerou.
Apesar das condições da detenção, Luizianne afirmou que se sentiu “muito amada e muito querida”. “Maior orgulho desse povo do Ceará, a energia que esse povo enviou pra mim, a força”, ressaltou.
Ao ser questionada sobre críticas por ter ido em missão humanitária a Gaza, ela apontou as especificidades do contexto de guerra.
“Há muita desigualdade social também (no Ceará), ele é vítima de todo esse processo estabelecido pelo capitalismo, mas também posso dizer que hoje existem programas (como) o Ceará Sem Fome, que tenta minimizar o sofrimento das pessoas. Na faixa de Gaza, eles não têm absolutamente nada. Aliás, têm tudo contra eles, inclusive o estado de Israel, supremacista”
“Quero deixar muito claro, até hoje não tem um real de dinheiro público envolvido nessa missão da minha parte”, acrescentou.
“Fui em missão oficial da Câmara com a convicção que estava do lado certo da história e que estávamos no mesmo barco, que é o barco da vida, da humanidade, da justiça, da ação humanitária e acima de tudo da solidariedade internacional. É isso que me move e eu estou muito feliz de estar voltando para o meu Ceará”, finalizou.