O que se sabe sobre o fim da guerra entre Israel e Gaza

Neste sábado (11), o governo de Israel começou a transferir os presos palestinos

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Redação producaodiario@svm.com.br
Legenda: Tanques israelenses estão posicionados no sul de Israel, na fronteira com a Faixa de Gaza.
Foto: Menahem Kahana/AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na última quarta-feira (8) a aprovação do "primeiro estágio de um acordo de paz entre Israel e o Hamas" para Gaza, fato que poderia levar ao fim do conflito na região. O anúncio foi feito 2 anos e 2 dias após Israel lançar uma ofensiva militar na Faixa de Gaza em resposta ao ataque liderado pelo Hamas. 

Desde aquela data, mais de 67 mil pessoas foram mortas nas operações militares israelenses em Gaza, incluindo cerca de 20 mil crianças, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.

Neste sábado (11), o governo de Israel começou a transferir os presos palestinos que serão trocados pelos judeus que foram sequestrados pelo Hamas e levados para a faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023.

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Conforme o acordo de paz, devem ser libertados 47 reféns sequestrados pelo Hamas e Israel se comprometeu a libertar 250 prisioneiros palestinos. 

Mas pontos como o desarmamento do Hamas, com a entrega de armas por parte do grupo ainda não está absolutamente definido 

Trump disse que o desarmamento do Hamas seria tratado na segunda fase do plano de paz, junto a uma possível anistia de seus membros. Além do desarmamento, a presença de tropas israelenses em Gaza é outro ponto de conflito no plano de paz. 

Veja a seguir, o que se sabe sobre o acordo, e o que ainda precisa ser definido:

O que a negociação garantiu?

Na primeira fase do plano de paz, após intensas negociações no Egito, Israel e o Hamas concordaram, segundo os Estados Unidos, com a liberação dos reféns. 

Trump afirmou que "todas as partes" seriam tratadas de forma justa e descreveu o pacto como "os primeiros passos rumo à paz duradoura".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também classificou o momento como "um grande dia para Israel" e disse que a aprovação do acordo traria "todos os nossos queridos reféns de volta para casa".

Já o Hamas, ao confirmar o acordo, declarou que o pacto "encerra a guerra em Gaza, garante a retirada completa das forças de ocupação, permite a entrada de ajuda humanitária e estabelece uma troca de prisioneiros".

O acordo é intermediado pelo Estados Unidos e Israel e o Hamas não mantêm contato direto. As negociações foram mediadas por Steve Witkoff, enviado de Trump para o Oriente Médio, Jared Kushner, genro de Trump, e por representantes do Egito, do Catar e da Turquia.

O que ainda não se sabe?

O que foi anunciado até agora é apenas o começo do plano de paz que tem 20 pontos de Trump. O acordo foi aceito por Israel e parcialmente aprovado pelo Hamas.

Mas há ainda temas delicados sobre os quais as partes ainda não chegaram a um consenso. Um deles: o desarmamento do Hamas, ponto central do plano de Trump. O grupo declarou que só entregará as armas quando for criado um Estado palestino.

Legenda: Imagens da situação da Faixa de Gaza.
Foto: AFP

Outro ponto de discórdia é o futuro governo da Faixa de Gaza. O plano aponta que o Hamas não terá papel algum na administração do território e propõe que a área seja governada temporariamente por um "comitê palestino tecnocrático e apolítico", antes de ser transferido à Autoridade Palestina.

Mesmo aceitando o plano de Trump, Netanyahu sinalizou resistência à participação da Autoridade Palestina. Já o Hamas disse que ainda espera ter algum papel no governo em Gaza.

Além disso, na libertação dos reféns, o perderá a influência que tem nas negociações com Israel. Diante disso, requisitou garantias de que Israel não retomará os combates após a libertação dos sequestrados. 

Em Israel, Netanyahu ainda enfrenta obstáculos políticos, pois conta com o apoio de ministros ultranacionalistas que ameaçaram deixar a coalizão a depender do que for acordado, o que poderia levar ao colapso do governo. 

A promessa de Netanyahu é de alcançar "vitória total" contra o Hamas, logo, qualquer acordo terá que permitir que ele garanta que atingiu o objetivo buscado. 

 

 

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