Legislativo Judiciário Executivo

Evandro evita falar sobre investigação contra Júnior Mano: 'Não me sinto à vontade'

O deputado federal foi expulso do PL após anunciar apoio a candidatura de Evandro para Prefeitura de Fortaleza

(Atualizado às 10:18)
Prefeito de Fortaleza Evandro Leitão, durante coletiva de imprensa antes de reunião do secretariado
Legenda: Evandro Leitão evitou falar sobre as investigações contra Júnior Mano por suspeita de desvio de recursos federais
Foto: Fabiane de Paula

O prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), evitou falar sobre as investigações da Polícia Federal contra o deputado federal Júnior Mano (PSB). O parlamentar é investigado por suspeita de desvio de recursos de emendas parlamentares e interferência em campanhas eleitorais em municípios cearenses. 

Evandro disse que seria uma "precipitação" falar sobre o assunto. "E não só precipitação, como não seria razoável e justo, eu falar alguma coisa, tecer qualquer tipo de comentário de algo que eu não tenha um conhecimento mais aprofundado", reforçou. A declaração foi feita ao Diário do Nordeste antes da reunião do secretariado da Prefeitura de Fortaleza, nesta sexta-feira (10). 

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Eleito pelo PL, Júnior Mano foi expulso do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter anunciado apoio a Evandro na disputa pela Prefeitura de Fortaleza em 2024. O petista concorria com um candidato do PL, o também deputado federal André Fernandes (PL). 

"Eu não me sinto à vontade de falar num assunto que eu não tenho conhecimento. Aliás, ainda está nesse período de investigação, portanto, não seria razoável, da minha parte, eu estar tecendo maiores comentários".
Evandro Leitão
Prefeito de Fortaleza

A resposta do prefeito segue linha parecida da adotada por outras lideranças do grupo político, como o governador Elmano de Freitas (PT). Em entrevista a Live PontoPoder, Elmano disse que "é preciso deixar a investigação acontecer" para que se possa emitir qualquer opinião sobre o assunto. "Não devemos inocentar nem absolver. Agora, evidentemente, eu parto da premissa do que conheço das pessoas, de que elas são inocentes", disse Elmano. 

Caso Júnior Mano

O deputado federal Júnior Mano foi um dos alvos da operação Underhand da Polícia Federal, na última terça-feira (8). Nela foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao parlamentar em Brasília e no Ceará, incluindo o gabinete dele na Câmara dos Deputados.  

Além dele, outras seis pessoas também foram alvo dos mandados. O cumprimento de ordens ocorreu em Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. No total, foram 15 mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal. 

O núcleo criminoso é suspeito de articular o direcionamento de verbas públicas a determinados municípios cearenses mediante contrapartidas financeiras ilícitas, além de influenciar procedimentos licitatórios por meio de empresas vinculadas ao grupo. 

Além dos mandados de busca, foi determinado o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas. Conforme a PF, a medida visa interromper a movimentação de valores de origem ilícita e preservar ativos para eventual reparação ao erário.

Os alvos são investigados pelos crimes de organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com finalidade eleitoral.

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Em nota, o deputado federal afirma, por meio da sua assessoria de imprensa, não ter participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos. 

"Como parlamentar, o deputado não exerce qualquer função executiva ou administrativa em prefeituras, não participa de comissões de licitação, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos", diz a nota.

Ele declara, ainda, que confia nas instituições, em especial no Judiciário e na PF, e reitera "o compromisso com a legalidade, a transparência e o exercício probo da função pública". Por fim, afirma ter plena convicção de que "a verdade dos fatos prevalecerá, com o completo esclarecimento das circunstâncias e o reconhecimento de sua correção de conduta."

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