Wagner atribui derrota a 'onda Lula' e não descarta fazer campanha para Bolsonaro no 2º turno
Para o candidato do União Brasil, influência do ex-presidente foi muito maior do que a de Camilo Santana para vitória de Elmano de Freitas
Derrotado na corrida ao Governo do Ceará, o candidato Capitão Wagner (União Brasil) atribuiu a vitória de Elmano de Freitas (PT) no primeiro turno à influência do ex-presidente Lula, e não descartou apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno do pleito nacional. A declaração foi dada por ele em pronunciamento após a consolidação do resultado no Estado.
Com 99,89% das urnas apuradas no Ceará, Wagner foi apontado com 31,73% dos votos válidos no pleito ao Executivo Estadual. Elmano conquistou o primeiro lugar com 54,01%.
"Quando a onda vem é difícil segurar. Assim como veio em 2018, veio uma onda inversa. A gente viu a situação na Bahia, com o ACM Neto com chance de vencer no primeiro turno ficar em uma situação muito difícil. O resultado em Fortaleza foi maravilhoso porque ganhamos aqui na Capital, a Kamila (Cardoso) superou as expectativas, tirando o dobro de votos do Roberto Cláudio, que era um candidato competitivo", disse Wagner.
"A gente atribui isso à 'onda Lula'. O Camilo tem o mérito dele de conduzir o Elmano, mas atribuo muito mais ao Lula, até porque a Kamila, com pouquíssimo tempo de campanha, teve um bom percentual e se tivesse mais tempo estaria disputando a vaga ao Senado", completou.
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Segundo turno nacional
Sobre o cenário nacional, que terá a disputa em segundo turno entre Lula e Bolsonaro pela presidência, Wagner não descartou apoiar o candidato do PL. Contudo, ele ressaltou que ainda irá conversar com os líderes da legenda no Ceará para definir como deverá atuar na campanha do atual presidente.
Wagner ainda afirmou que deverá tirar alguns dias para descansar após o período de campanha.
"A gente vai conversar com o PL, com o Raimundo Matos, o Acilon e os líderes do partido, e no que eu puder contribuir na campanha de segundo turno, eu estou a disposição. Vou tirar alguns dias para descansar", declarou.
Wagner disse ainda ter vivido dias intensos, mas afirmuo que estará à disposição para contribuir com o cenário nacional "de forma muito tranquila, com argumentos, paz e tranquilidade para evitar que a militância venha se digladiar. O que pudermos fazer para termos uma eleição pacífica aqui no Ceará, eu vou fazer".
"Considero apoiar o presidente Bolsonaro, sim. Vou conversar com o PL, mas repito, vou ter uma postura de respeito. Eu amadureci muito para me apresentar como alguém mais pacífico e vamos mostrar isso nesse segundo turno, e nos próximos anos", completou Wagner.
Ligação para os rivais
O candidato do União Brasil também confirmou que irá ligar para os principais adversários de campanha para dar os parabéns pelo trabalho durante as últimas semanas. A lista inclui Elmano (PT) e Roberto Cláudio (PDT).
Apesar da conduta amistosa, Wagner não poupou críticas ao próximo governador do Estado, dizendo se preocupar com uma repetição de cenário do que aconteceu na Prefeitura de Fortaleza. Ele fez referência direta à sucessão da administração municipal que culminou na eleição de José Sarto (PDT).
"O que eu espero é que não aconteça o que aconteceu em Fortaleza, com o prefeito Sarto, eleito muito mais pelos padrinhos do que pela condição como gestor, e a gente viu que aconteceu a mesma coisa com o Elmano. Mas espero que o Elmano se sobressaia e ele seja algo mais do que o governador do Lula e do Camilo. Espero que ele possa se preparar nesses três meses e fazer um bom governo", disse.