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Deputados federais aprovam inclusão de Padre Cícero no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria

O projeto é de autoria do cearense José Guimarães e foi aprovado nesta quinta (4)

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
Legenda: Padre Cícero foi notável religioso com forte influência política no Ceará
Foto: Reprodução

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quinta-feira (4), a inclusão de Padre Cícero no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria. O projeto é de autoria do deputado federal cearense, José Guimarães (PT), que comemorou a aprovação. 

"Uma grande vitória! Esse reconhecimento que a Câmara dos Deputados faz é uma questão de justiça ao Padre Cícero Romão Batista, que é referência e fez tanto pelo Cariri e todos aqueles que são devotos da fé inspiram em Padre Cícero, uma mensagem de esperança e fé cristão", disse. 

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O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, também conhecido como "Livro de Aço", fica no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes e reúne importantes nomes da história do País. Entre os heróis e heroínas, estão Tiradentes, Anita Garibaldi, Zumbi dos Palmares e Machado de Assis. 

Biografia de Padre Cícero

Padre Cícero foi uma importante liderança política e religiosa em Juazeiro do Norte, no Cariri. Após se tornar vigário da capela da então Vila de Juazeiro, ele passou a lutar pela emancipação do território em relação ao Crato. 

Depois de ser emancipada, a cidade foi comandada por ele, que foi eleito prefeito de Juazeiro. Ele chegou ainda a ser nomeado vice-governador do Ceará, apesar de nunca ter exercido o cargo. 

No dia 1º de março de 1889, ocorreu pela primeira vez um fenômeno, que viria a se repetir diversas vezes: quando a beata Maria de Araújo recebeu a comunhão das mãos do Padre Cícero, a hóstia consagrada teria se transformado em sangue na boca da beata.

O episódio foi a origem de peregrinações de devotos à cidade de Juazeiro do Norte, que continuam a ocorrer até os dias de hoje, com romarias anuais para o Cariri cearense. 

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Contudo, comissão conclui que não houve milagre. Com a confirmação pelo Vaticano, Padre Cícero acabou acusado de manipulação da fé e foi suspenso da ordem, ficando proibido de celebrar missas até o final da vida, já que nunca conseguiu reverter a pena. 

Contudo, os devotos e outras autoridades religiosas fizeram movimentos pela reabilitação de 'Padim Ciço', que tem ganhado concretude nos últimos anos. 

Em 2022, o Vaticano iniciou o processo de canonização de Padre Cícero, autorizado pelo Papa Francisco. O aceite foi assinado no dia 24 de junho de 2022, no qual foi dado abertura ao processo de beatificação, tendo Padre Cícero recebido o título de servo de Deus.

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