Debates, batalhas e torta na cara: saiba como foi a balada do PL Jovem no Ceará
Evento gratuito reuniu dezenas de jovens que se identificam com posicionamentos da direita
O Partido Liberal Jovem (PLJ) reuniu jovens bolsonaristas em um bar na Avenida Washington Soares, em Fortaleza, na tarde deste sábado. O primeiro evento político para este público, chamado pelos organizadores de “balada”, fez as mesas típicas desse tipo de estabelecimento darem lugar a um palco e a fileiras de cadeiras, sem bebida alcoólica, nem serviços de garçom.
O “PLJ Na Área” foi liderado pelo presidente do PLJ Ceará, Miguel Laurentino, e pelo presidente nacional do PLJ, o deputado estadual licenciado Carmelo Neto (PL), que também preside o PL estadual.
Carmelo ressaltou que esta é uma iniciativa que já está ocorrendo em outros estados e, pela primeira vez, acontece no Ceará. A entrada era gratuita, mediante inscrição e com direito a pulseira. As vagas eram limitadas.
A gente quer ser disruptivo, quer envolver a juventude, dar voz a ela para que se sinta de fato representada, envolvida em um projeto político partidário”.
Sobre o estilo do evento, Laurentino explicou que a escolha do bar “foi justamente para quebrar o estigma de que política só acontece em locais formais e sem a cara do público jovem”.
Confira vídeo do evento
“A gente não quer ter uma massa de manobra”
Além deles, também participaram a vereadora de Fortaleza, Bella Carmelo (PL), e o ex-vereador de São Paulo, Fernando Holiday, entre outros líderes representativos de outros estados.
Satisfeita em ter o evento no Ceará, a vereadora Bella afirmou que o PL Jovem “não é como a maioria dos movimentos jovens, que você junta os jovens e usa eles como massa de manobra”, usando como exemplo manifestações que usam frases de reivindicação.
“Vamos todo mundo ali falar: aborto, sim, meu corpo e minhas regras. Não, aqui no PLJ a gente tem a formação. Então a gente não quer ter uma massa de manobra, uma pessoa que vá repetir o mesmo. A gente quer que a pessoa pense com a cabeça dela e escolha em qual lado quer estar”.
Bella ainda reforça que os eventos buscam mostrar os dois lados de assuntos polêmicos, dando a chance dos jovens escolherem o posicionamento e terem mais argumentos para defender o que acreditam.
E quando eles vêm os dois lados, escolhem a direita. Lá atrás, quando você dizia ser de direita, era quase que assim, achincalhado”.
Ainda sobre posicionamento e relações na sociedade, a vereadora comenta que a posição política deveria ser “você é de direita, eu sou de esquerda e tá tudo bem”.
“Mas a gente sabe que não funciona assim. Se você é de direita, eles te tratam quase como um doente, não pode te encostar. E aí, esse evento junta os jovens que pensam igual e eles se reconhecem e se fortalecem para defender o que acreditam”.
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Dinâmica testou conhecimento da militância
No local, foi realizada uma disputa com perguntas e respostas. Quem errasse as respostas receberia uma torta na cara. Acreditando que esta é uma maneira de formar a militância, todos os questionamentos se concentraram em temas políticos.
Entre eles: quem estava à frente do Governo do Estado em julho de 2022 (Izolda Cela), o ano em que Alexandre de Moraes foi indicado ao Supremo Tribunal Federal (2017) e quantos dias o presidente Lula ficou preso na sede da Polícia Federal em Curitiba (580) — mas esta questão acabou sendo anulada.
As duas rodadas finais da prova foram de embate entre Fernando Holiday e Carmelo Neto. Enquanto o primeiro errou o ano em que a 1ª Constituição brasileira foi outorgada (1824), o segundo errou o deputado federal mais votado do Brasil antes de 2018 (Enéas Carneiro). Os dois levaram torta na cara.
Debates para ter argumentos
A “atração principal” do evento foi a simulação de debates, que colocava dois competidores para discutir temas polêmicos, como regulamentação de redes sociais, legalização de drogas e aborto. Mediante sorteio, um teria que defender o assunto da vez, enquanto o outro tinha que ser contrário, mesmo que pensassem diferente da posição sorteada.
Carmelo explica que esta dinâmica tem como propósito “formar jovens preparados para o debate público”. Assim, as posições de esquerda precisam ser defendidas por um dos participantes.
“A posição de estar (defendendo) o lado que não acredita, faz ter que estudar aquilo, ter que ir atrás do que as pessoas que defendem aquele assunto falam por aí. E quando ela pega os argumentos do adversário, fica muito mais fácil nas ruas, no debate público, combater isso, se contrapor a isso. Então, o que a gente tá fazendo aqui é formação política”, garantiu.
A grande final da competição de debates teve como tema a redução da maioridade penal. Na conclusão do debate final, os dois competidores falavam ao mesmo tempo, enquanto o público gritava palavras de ordem.
Na competição, Carmelo Neto usou uma “pistola de fumaça” para encerrar a discussão. Ao final, venceu por unanimidade a competidora que estava defendendo o que não acredita, ou seja, contra a redução da maioridade penal. Como premiação, a jovem militante terá o direito de participar da simulação de debate no evento nacional do PL Jovem, a ser realizado em São Paulo.