De vereadores a líderes comunitários, oposição no Ceará tenta cooptar aliados rumo a 2022
Grupo de oposição a Camilo Santana (PT) aposta em "pulverizar" a influência dos vereadores e líderes partidários para engrossar pré-campanha
Faltando pouco mais de um ano para as próximas eleições, lideranças partidárias e vereadores de Fortaleza e do interior estão sendo cooptados para traçar estratégias e atuar na pré-campanha da oposição ao Governo do Estado. Na mira, estão líderes comunitários, presidentes de partidos e outros expoentes.
O grupo envolve partidos de fora da base aliada do governador Camilo Santana (PT), e é liderado pelo deputado federal Capitão Wagner (Pros), que já demonstrou interesse em disputar o pleito e vem cumprindo agendas pelo Estado nesse sentido.
No último sábado (25), o parlamentar, que disputou também a Prefeitura de Fortaleza no ano passado, se reuniu com representantes do Pros, Podemos, PSC e Republicanos num encontro prévio para traçar metas e atribuir tarefas.
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Articulação nas bases
O vereador Márcio Martins (Pros), que é líder da oposição na Câmara de Fortaleza, será um dos responsáveis pela articulação oposicionista na Capital. A interlocutores, o parlamentar diz que parte da estratégia é cooptar também líderes comunitários nos bairros de Fortaleza.
Márcio fez um trabalho parecido ainda em 2014, quando atuou numa campanha “porta a porta” no grupo do então candidato ao Governo do estado, Eunício Oliveira (MDB).
Na Região Metropolitana da Capital, o vice-prefeito de Caucaia, Deuzinho Filho (Republicanos), será o responsável pela articulação. As informações foram confirmadas por Capitão Wagner.
Na Câmara Municipal, Ronaldo Martins (Republicanos), Priscila Costa, (PSC), Sargento Reginauro (Pros) e Julierme Sena (Pros) formam um grupo de oposição à direita, ligado ao deputado federal.
Esses parlamentares, ao usarem a tribuna, vêm buscando defender o nome de Wagner, ao passo que também demonstram estar alinhados ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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Alinhamento nacional
Nas manifestações do último dia 7 de setembro, por exemplo, Wagner aderiu à pauta governista, assim como fizeram os vereadores de Fortaleza. Ao comparecerem aos atos, eles defenderam que a ida às ruas não se tratava de um apoio velado ao presidente. Justificaram que a pauta era “defender a democracia”.
Regionamente, a aposta, portanto, é tentar aproximar esses nomes da população, e iniciar um trabalho de base, visando 2022. “Precisamos alcançar o maior número de lidernças, sejam elas de qualquer segmento geográfico e bairros”, diz Márcio Martins.
De olho em 2022
O encontro do fim de semana também selou acordos para apoio ao Legislativo cearense. Um levantamento recente feio pelo Diário do Nordeste mostra que cerca de 30% dos vereadores da capital planejam se candidar no ano que vem.
É o caso de Priscila Costa (PSC), que, durante a reunião com Capitão Wagner, também tratou de sua pré-candidatura a deputada federal. “Nosso foco atual são as estratégias relacionadas à campanha de Capitão Wagner para governador”, disse a vereadora.
Uma outra reunião de oposicionistas deve ocorrer no dia 30 de outubro. Também estiveram no último encontro o ex-vereador de Fortaleza e ex-deputrado estadial Thomaz Holanda e o presidente estadual do Podemos, Fernando Torres.