Bolsonaro admite que fraude no INSS tenha iniciado no seu governo
O ex-presidente, no entanto, afirmou que esquema de corrupção "explodiu" no governo Lula

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu, nessa quarta-feira (14), que as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) podem ter começado durante seu governo. O político, no entanto, afirmou que o esquema escalonou neste terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em sua declaração, Bolsonaro também manifestou apoio à criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os descontos indevidos aplicados a benefícios de aposentados e pensionistas. A estimativa é de que a fraude tenha causado um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a Polícia Federal.
"É possível [que tenha começado na gestão], e vai ser investigado. Se, porventura, alguém do meu governo fez algo de errado, pague. Ponto final", afirmou o ex-presidente. "Nós, da direita, assinamos [a CPMI]. PT, Psol, PDT, ninguém assinou. Vamos investigar", acrescentou ele.
Para Bolsonaro, é difícil garantir uma administração com "zero absoluto" de corrupção. "É como zero absoluto, não tem como chegar lá. Tem que investigar. Agora, explodiu no governo do Lula. Explodiu," afirmou o ex-presidente ao UOL.
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Novo ministro reforça que esquema começou na gestão Bolsonaro
Para o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz Maciel, o esquema de desvio de pensões e aposentadorias foi consolidado no governo do ex-presidente Bolsonaro. Já a gestão Lula, no entendimento dele, teria sido a responsável por descobrir e encerrar a fraude.
"Entre 2019 e 2022 é que o ladrão entra na casa. Por que eu digo que o ladrão entra na casa? Porque o fim da revalidação [das autorizações para os descontos associativos], e a expectativa anterior de que houvesse a revalidação, fez com que cerca de 11 empresas novas se credenciassem. Dessas empresas, que mais tarde descobrimos, agora, durante a operação, que eram 100% fraudulentas, a maior parte se estabeleceu nesse período", afirmou o ministro, que assumiu após Carlos Lupi (PDT) se demitir do cargo.
"Essas fraudes não começaram agora, mas terminaram neste governo. Foi o nosso governo, do presidente Lula, que mandou chamar a polícia, que deflagrou a operação, que desbaratou essa gangue que roubava os aposentados", acrescentou Wolney.