Principais lideranças do PDT no Ceará passaram cerca de uma hora reunidos nesta sexta-feira (16) com o governador eleito, Elmano de Freitas (PT), para definir os rumos da relação no próximo governo. Mesmo com o debate se arrastando entre os pedetistas após a saída de Elmano, nada ficou definido e novo encontro está previsto para segunda-feira (19).
O presidente estadual do partido, André Figueiredo, disse que os pedetistas têm interesse em contribuir, "mas não necessariamente participando do Governo enquanto partido".
Ele não descarta que lideranças possam ser convidadas. "Mas vamos discutir ainda, tudo é possível", ressaltou.
'Se eu te amo e tu me amas'
Figueiredo disse que o partido não fez exigência a Elmano, mas ressaltou que uma ala puxada pelo prefeito de Fortaleza, José Sarto, tenta atrelar a relação estadual ao apoio na Câmara Municipal da Capital.
"O governador Elmano foi muito franco, nos convidou oficialmente enquanto partido para participar do Governo, mas temos nossas instâncias de deliberação. Então vamos conversar. (...) Lógico, existe uma demanda do prefeito Sarto para que a gente possa fomentar essa aliança também na Câmara Municipal, não necessariamente envolvendo uma candidatura única em 2024, seria o ideal", disse Figueiredo.
O foco do PDT é repetir o apoio dos parlamentares estaduais a Elmano ao dos vereadores a Sarto. "É o principal município que o PDT administra no Brasil", frisou.
Ao sair do evento, Sarto afirmou que nada ficou definido e aguarda diálogo na próxima semana. "Eu defendo a lógica", disse Sarto que, ao ser questionado sobre qual seria, mencionou uma canção: "se eu te amo e tu me amas...".
O que disse Elmano
Após o encontro, Elmano disse estar "animado de que teremos a construção de um entendimento".
"Estamos dialogando, foi uma conversa muito boa, uma conversa franca. Acho que as convergências que temos (...) nós evidentemente que respeitamos os processos internos do PDT, então me cabe respeitar e guardar a discussão interna do PDT e assim vou me comportar", disse petista.
PT e PDT racharam em julho deste ano, após a escolha de Roberto Cláudio para disputar o Governo em detrimento da postulação de Izolda Cela pela reeleição. A governadora deixou o partido à época, e o PT lançou Elmano.