A participação nas campanha eleitorais de 2024 deve ser avaliada com cuidado pelo presidente Lula (PT). Ele ponderou que será necessário analisar o cenário eleitoral de cada cidade, porque em algumas delas partidos aliados ao Governo estarão competindo.
"Eu tenho uma base de apoio no Congresso Nacional, uma base que me apoia que extrapola meu partido político", pontuou Lula em entrevista exclusiva ao Diário do Nordeste e a Verdinha FM 92,5 nesta quinta-feira (20), na chegada do presidente a Fortaleza, para a terceira visita dele ao Ceará em 2024.
Ele disse que pretende participar ativamente da campanha, mas com "cuidado".
"Vou ficar trabalhando até 18 horas e (depois) eu vou fazer campanha para os candidatos que vão melhorar a vida do povo. Mas com muito cuidado, porque eu não posso ser pego de surpresa e depois ter um revés no Congresso Nacional de descontentamento"
No entanto, ele reforçou que, em cidade "que o adversário for ideológico, for dos negacionistas, pode ter certeza que vou campanha", ressaltou, em referência a oposição liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Dificuldade no Congresso
O presidente Lula tem tido recorrentes derrotas no Congresso Nacional. No final de maio, por exemplo, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal derrubaram o veto dele à lei que proibiu "saidinhas" temporárias de presos.
Na mesma sessão, os parlamentares federais mantiveram veto do ex-presidente Jair Bolsonaro, feito ainda em 2021, à lei que criminaliza a disseminação de notícias falsas.
No início de junho, Lula se reuniu com os líderes do Governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), no Senado Federal, Jacques Wagner (PT-BA), e no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-PA).
Essa não é a primeira vez que o presidente sofre derrotas no parlamento. Além da dificuldade de pautar propostas de interesse do Governo, o Congresso tem frequentemente pautado propostas alinhadas ao interesse da oposição bolsonarista no Congresso.
Ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha também tem sido bastante criticado pelos parlamentares federais.
Confira entrevista completa: