AGU pede investigação de investidores que lucraram com informações privilegiadas sobre tarifaço
Movimento também foi identificado quando Trump anunciou tarifas contra a União Europeia e África do Sul
A Advocacia Geral da União (AGU), pediu abertura de investigação sobre possível lucro de investidores que tiveram informação privilegiada sobre tarifaço anunciado pelo presidente norte-americano Donald Trump em 9 de julho.
O órgão vai acionar a Polícia Federal e a Comissão de Valores Imobiliários para investigar agentes do mercado financeiro que teriam se beneficiado com as tarifas anunciadas. Uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou o caso na sexta-feira (18).
A suspeita é que investidores teriam tido acesso por meio de insider trading - uso indevido de informações privilegiadas -, para compra e venda de dólares no dia do anúncio do líder americano, ação que pode indicar transações com base num crime financeiro.
A partir do dia 1 de agosto, os produtos brasileiros passarão a ter essa sobretaxa de 50%, e desde o anúncio do republicano, o dólar já subiu 2,6%. O advogado-geral da União em exercício, Flávio Josér Roman, foi quem solicitou a abertura de investigação sobre o assunto.
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Na reportagem do JN, Spencer Hakimian, dono de um fundo de investimentos baseado em Nova York, apontou um movimento considerado abrupto de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões em compra de dólares horas antes do anúncio do tarifaço de Trump.
Logo depois, houve o movimento contrário: venda de dólar em grande quantidade, já apresentando valorização. Isso poderia indicar que um investidor pode ter lucrado com o elevado rendimento por conta do conhecimento prévio a respeito da sobretaxa.
Esse movimento semelhante também foi visto em países como África do Sul e a União Europeia. A oposição Democrata está tentando abrir uma investigação no Congresso dos Estados Unidos sobre o tema, mas até agora não obtiveram sucesso.