Vendas da CSP caem em 2019, e lucro bruto da siderúrgica desaba
As vendas da Companhia Siderúrgica do Pecém tiveram queda de 11,4% no ano passado, registrando R$ 5,4 bilhões. Lucro bruto da empresa passou de R$ 1 bilhão em 2018 para R$ 193,3 milhões no ano passado
As vendas da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), instalada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), na Região Metropolitana de Fortaleza, atingiram o montante de R$ 5,4 bilhões em 2019, ante os R$ 6,1 bilhões de 2018. O resultado representa uma queda de 11,4% em um ano. De acordo com balanço da empresa, no ano passado, o mercado enfrentou diversos desafios, entre eles o rompimento da barragem de Brumadinho, em Minas Gerais.
A siderúrgica é uma join venture formada pela brasileira Vale, proprietária da barragem de Brumadinho que rompeu, com as sul-coreanas Posco e Dongkuk.
Já o lucro bruto da CSP, obtido depois de deduzir de sua receita os custos variáveis, apresentou queda no passado, passando de R$ 1,04 bilhão em 2018 para R$ 193,3 milhões em 2019. "Nosso resultado bruto foi influenciado pela queda nos preços de placas em 2019 e aumento do custo causado pelo preço internacional do minério de ferro", diz a companhia em nota
"Fechamos o ano com o volume de 2.824 mil toneladas de placas produzidas, sendo que nossas vendas totais em 2019 atingiram o montante de R$ 5,4 bilhões, com a participação de 2.796 mil ton de placas, além de 1.154 mil ton de subprodutos e 542.514 MWh de energia", informa o balanço da empresa, ressaltando os preços internacionais menores, além do que "o mercado siderúrgico atravessou um ano com muitos desafios, com alta no preço das matérias-primas, impactada por alguns fatores como o rompimento da barragem em Brumadinho e problemas operacionais na Austrália, o que reduziu a oferta e aumento da procura, considerando os baixos níveis de estoque na China".
Segundo a CSP, a produção em 2019 foi de 2 milhões e 918 mil toneladas, ficando em 93% da sua capacidade total. Em 2018, a marca foi de 97%.
'Mais produtividade'
"O resultado refletiu uma decisão da empresa, de focar mais na produtividade que no volume, uma vez que o mercado apresentou preços baixos, em especial no segundo semestre. O nível alcançado pela CSP no ano passado é avaliado como positivo considerando o desempenho da indústria siderúrgica no Brasil, que enfrentou ociosidade acima de 30% em média", diz a companhia em nota.
Em 2019, a empresa registrou prejuízo menor na comparação com 2018. De acordo com o balanço, no ano passado o prejuízo foi de R$ 1,62 bilhão, enquanto no ano anterior foi de R$ 1,79 bilhão, uma queda de 9,4%.
"A Companhia registrou um prejuízo de R$ 1,6 bilhão e possui um patrimônio líquido negativo no valor de R$ 1,05 bilhão. Adicionalmente, o balanço patrimonial nessa data (até 31 de dezembro de 2019) apresenta um passivo circulante superior ao ativo circulante em R$ 2,2 bilhões. O patrimônio líquido negativo é, em sua maioria, devido à variação cambial não realizada e despesas financeiras com empréstimos", comunica a empresa no balanço.
Perspectivas
De acordo com a empresa, a operação da CSP seguiu conforme o planejamento de 2020 até o fim de março, com 222,4 mil toneladas de placas de aço produzidas, mantendo a média do primeiro trimestre do ano.
"A partir deste mês de abril, diante do cenário econômico mundial, a estratégia adotada está sendo buscar novos mercados e clientes para compensar a diminuição de demanda nos mercados tradicionais. Assim como em 2019, o nível de ociosidade da indústria do aço continua bem abaixo da média da indústria. Esta estratégia começa a sinalizar alguma melhora para o segundo semestre, mostrando o esforço que a empresa faz para superar essa crise, protegendo ao máximo os empregos", acrescenta a companhia.