Venda de produtos, divulgações e mais: veja opções para ganhar dinheiro nas redes sociais

Instagram e Facebook se tornaram vitrines de produtos e serviços, mas há ainda outras possibilidades de fazer renda sem sair de casa

Escrito por Ingrid Coelho ,
Legenda: Vendas de produtos pelas redes sociais e também em marketplaces viraram fonte de renda e potencializaram negócios durante o isolamento
Foto: Shutterstock

A pandemia obrigou boa parte da população a permanecer em casa. Muitos perderam o emprego ou tiveram alguma redução na renda e outros simplesmente decidiram buscar formas de ganhar dinheiro com auxílio da internet para ocupar o tempo ocioso. Foi a partir daí que algumas possibilidades, das mais até as menos conhecidas, começaram a ganhar destaque ou se potencializaram na rede.

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Confeccionar produtos em casa para comercializar online foi sem sombra de dúvidas um grande alívio para quem se viu impossibilitado de trabalhar fora. A mudança no comportamento da sociedade fez explodir o delivery de comida, por exemplo, levando cearenses a brasileiros a literalmente colocar a mão na massa.

No isolamento, a oportunidade

Uma alergia alimentar da filha fez com que a empresária Carine Gomes se conectasse ao universo dos alimentos livres da proteína do leite de vaca há nove anos. Para adaptar a rotina da filha, ela passou a cozinhar fazendo as substituições dos ingredientes e aprimorou receitas ao longo do tempo.

Mas foi em maio de 2020, após algumas encomendas que partiram dos amigos, que Carine - que ainda não havia atuado na cozinha de forma profissional - decidiu apostar nos doces e massas low carb e cetogênicos. Ela viu nas redes sociais uma ótima oportunidade de firmar a Food Wod.

Legenda: Carine iniciou a venda de bolos e pizzas saudáveis pelas redes sociais em maio de 2020
Foto: Divulgação/Acervo Pessoal

Hoje, a loja é a principal fonte de renda de Carine. O marido trabalha fora, mas também participa ajudando na divulgação e gestão do negócio, além de degustar os produtos. O próximo passo, com o crescimento da marca desde o ano passado, é abrir uma unidade física em breve.

“Iniciamos nossa loja virtual através do Instagram pessoal e depois migramos para a página oficial com atendimento via WhatsApp e pelo próprio Instagram. Atualmente contamos também com um aplicativo de cardápio virtual para agendamento de pedidos”
Carine Gomes
Empresária

Em julho deste ano, Roberta Guedes e a cunhada, Bianca Pessoa, viram nas redes sociais uma oportunidade de ganhar dinheiro. Para Roberta, a flexibilidade de horário possível com a venda de roupas pelo Instagram permite que ela concilie a atividade com a maternidade.

“Minha cunhada queria uma renda extra e eu não estou trabalhando fora por causa da maternidade. Foi a forma que encontrei de trabalhar em casa e ficar perto dos meus filhos. Nunca tinha trabalhado com vendas, então foi ‘na cara e na coragem mesmo’”, explica Roberta.

Legenda: Roberta viu na venda de roupas pela internet uma chance de conciliar trabalho e maternidade
Foto: Divulgação/Acervo Pessoal

Ela revela que o faturamento com a Espilicute T-shirt “não é muito”, mas permite o pagamento de algumas contas pequenas da casa. Também por isso, com o objetivo de impulsionar as vendas, ela e a cunhada já planejam ampliar o leque de produtos comercializados pelas redes.

“A gente tem dificuldade na divulgação. Temos que ter tempo de fazer vídeos, reels, essas coisas. Às vezes a gente fica fazendo vídeos umas 11 horas da noite porque é quando está mais tranquilo aqui em casa em relação às crianças”, diz.

Empreendedorismo potencial

Um levantamento recente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra um crescimento de 75% na taxa de empreendedorismo potencial - cidadãos que não têm um negócio, mas pretendem abrir um em até três anos - entre 2019 e 2020.

Mas o horizonte que existe para ganhar dinheiro pelo computador ou celular vai ainda além das vendas pelas redes sociais e apps de delivery.

Marketplace

Se você já vende algum produto, é possível, por exemplo, inseri-lo em um marketplace para ajudar a impulsionar as vendas. Marketplaces são plataformas que não cobram para que o vendedor parceiro "abra" sua lojinha.

A cobrança ocorre no momento da venda, com uma porcentagem do valor do produto sendo direcionada ao marketplace e o restante fica com o dono da loja virtual.

O coordenador do curso de Marketing e professor de Marketing Digital da Universidade de Fortaleza (Unifor), Jeimes Alencar, explica que os marketplaces funcionam como uma espécie de shopping virtual.

“Como a dinâmica da internet é baseada em tráfego, esses marketplaces abrem parcerias com outras empresas menores. E aí o empreendedor que está em casa vende determinado produto pode optar por, ao invés de investir na criação de um site, usar um outro site já conhecido do e-commerce. Então ele se certifica e monta a loja nesse site”, explica o professor.

Ele lembra que a modalidade cresceu fortemente durante o período de isolamento. “Hoje, inclusive, há empresas que oferecem treinamento para esses negócios menores interessados em se instalarem nos marketplaces”, destaca Jeimes Alencar.

Se você não possui qualquer produto para vender, existe ainda outra maneira de fazer uma renda pela internet (e ainda assim estar ligado às vendas!). Na Magazine Luiza, por exemplo, é possível fazer uma lojinha para vender os produtos da própria Magazine Luiza.

O vendedor faz o cadastro, cria a lojinha e seleciona alguns itens para trabalhar dentro desse espaço virtual. O dono da lojinha pode compartilhar o link do seu espaço virtual com os amigos e com a família, por exemplo, e cada compra feita por meio do link gera uma comissão que pode chegar a 12% do valor do produto.

Divulgação

É possível ainda trabalhar divulgando produtos no Facebook e Instagram para ajudar a ampliar o seu alcance e possibilitar que mais pessoas comprem, tornando-se uma espécie de divulgador.

O divulgador vai se afiliar a um produto. Ele vai buscar formas de divulgar no Google, Facebook e Instagram e, com as vendas do produto, ganhará uma porcentagem em cima.

A atividade se popularizou recentemente com o nome de marketing digital ou marketing de afiliadas, mas o professor Jeimes Alencar reforça que se trata de divulgação e vendas e que não tem relação com o conceito acadêmico de marketing.

“Há sites que fazem essas vendas. O interessado vai lá, faz um cadastro e a partir daí vai usar as próprias redes sociais para divulgar e vender um determinado produto, oferecendo para outras pessoas pelo Facebook e Instagram, por exemplo. Isso não é marketing, isso é venda”, explica Alencar.

O professor também alerta para as promessas de muito lucro com a atividade e explica que não é bem assim. “A forma como é ofertada faz parecer muitas vezes como se bastasse fazer o cadastro para aquilo gerar uma renda fixa, o que não é verdade. A situação é que o cadastrado começa a vender e com as vendas ganha uma comissão”, detalha Alencar.

Cursos

Outra possibilidade de ganhar dinheiro com a internet é ensinando algo que outras pessoas podem querer aprender.

Se você é bom na cozinha, sabe maquiar, fotografar ou possui algum outro conhecimento que pode ser compartilhado nesse formato, plataformas de cadastro de cursos podem ser uma boa estratégia. É possível criar um curso em formato de videoaulas ou um e-book.

TikTok

Um dos aplicativos que ganharam força durante o período de isolamento social é o TikTok. Por ele é possível divulgar produtos e serviços e também ganhar dinheiro indicando outros usuários para se cadastrarem com o seu link.

Legenda: TikTok dá até R$ 125 para quem convidar cinco amigos para entrar na plataforma
Foto: Reprodução/TikTok

Além do convite para os amigos, o usuário que convidou também ganha conforme a atividade de seus amigos que entraram com o link de convite vai avançando.

Respondendo pesquisas

Informações sobre produtos e serviços viram ouro na mão de empresas que, a partir desses dados, conseguem formular estratégias. Por isso, alguns negócios estão pagando consumidores para que eles respondam pesquisas.

O interessado se inscreve nas plataformas e recebe os questionários - que costumam ser bem longos - por e-mail. A cada questionário, é gerada uma pontuação que é posteriormente convertida em dinheiro.

A partir de determinada pontuação, a plataforma permite o resgate. Alguns sites pagam pelas respostas e pesquisas em moeda estrangeira, tornando a atividade ainda mais atraente.

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