Como usar o networking sem parecer interesseiro? Entenda diferença com o netliving

Legenda: O verdadeiro networking vai além de trocar cartões de visita ou adicionar contatos nas redes sociais
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No mundo do trabalho, quem tem conexões tem tudo! Com isso, muitos grupos de networking vêm ganhando força e o tema está sendo amplamente discutido.

O que muitos confundem, muitas vezes se perdem, é como essas conexões devem ser criadas e quais são os limites que não devem ser ultrapassados para que as pessoas não se sintam usadas em vez de conectadas. Vamos refletir? 

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Networking é um termo em inglês para “rede de contatos”, é a habilidade de criar e manter uma rede de conexões profissionais alinhada aos seus objetivos de carreira, não necessariamente do mesmo segmento de atuação.

O verdadeiro networking vai além de trocar cartões de visita ou adicionar contatos nas redes sociais. Trata-se de construir relações autênticas baseadas em confiança, reciprocidade e interesses genuínos.

Quando demonstramos um interesse sincero pelas pessoas, suas histórias e seus projetos, as conexões se tornam mais significativas e duradouras. 

O networking não deve ser uma via de mão única! É natural buscar ajuda em um momento difícil, porém, aparecer somente nestas situações ou não estar disposto a oferecer ajuda e compartilhar conhecimentos, além de inadequado, não tem relação com networking.

Devemos ser interessados pelo que o outro é e tem a nos ensinar para nos tornarmos interessantes. Além disso, a colaboração, o apoio mútuo com disponibilidade e a constância são pilares essenciais para fortalecer qualquer rede de contatos.  

Qual a diferença entre networking e netliving?

Um outro termo surgiu para amenizar algumas práticas que desvirtuam o networking, o netliving, que é a prática de conviver em grupos, ao construir relações e contatos.

Defendida por muitos como algo que faltava ao networking, estimula a ampliação da interação social e o convívio entre os colaboradores de uma empresa, indo além do ambiente profissional. Acredito serem duas coisas diferentes e que precisam do velho e importante bom senso.

Em ambos, podemos ter presente uma personagem que desvirtua toda e qualquer prática, seja ela pessoal ou profissional: o comportamento interesseiro. Quem tem este comportamento, muitas vezes, associa-o a uma das práticas acima. E esse é o grande equívoco! 

Como identificar um comportamento interesseiro?

Já aconteceu de você receber uma mensagem de alguém com quem não interage há muito tempo, pedindo um favor como se fossem íntimos? Ou encontrou alguém em um evento que se comportou como seu melhor amigo apenas porque você está cercado de pessoas que o interessam? Pois é! Esses comportamentos são percebidos como oportunistas e prejudicam a construção de relações genuínas.

Para evitar cair na armadilha de ser visto como interesseiro, é crucial respeitar o outro como um indivíduo que também tem seus limites e necessidades.

Outros comportamentos podem ser percebidos para identificar se alguém está se comportando como interesseiro. Observe se a pessoa...

  • é superficial em tudo! Não se aprofunda em nada, exceto quando deseja algo em troca;
  • é descomprometida e pouco leal, agindo ao contrário, seletivamente;
  • tenta manipular situações e outras pessoas para atingirem o alvo;
  • fala demasiadamente dela mesma, sempre monopolizando o espaço de fala e desejando ser o centro das atenções;
  • desvia sempre a conversa para temas que só interessam a ela e ressalta os próprios feitos;
  • sempre argumenta que está na correria e por isso não pode ajudar você; 
  • recorre a “pequenas mentiras” para conseguir o que quer ou enfeitar os seus discursos; e/ou
  • some da sua vida e reaparece para dizer que “se lembrou de você”, mas na sequência pede algo de que necessita. 

Se você está se relacionando com alguém que demonstra ser interesseiro, teste a sua disponibilidade pedindo favores semelhantes. Se a fuga passa a ser um comportamento habitual, esse é um indício forte de interesse em via única. Reflexão: este tipo de relacionamento é saudável para você? 

E o interessado? Como identificar? 

Seja interessado para não ser visto como interesseiro. Mas o que isso significa?  Ser interessado é ter a vontade natural de conhecer o outro não somente pelo que ele representa ou pode fazer por você, mas pelo que ele é. A autenticidade é percebida e valorizada, e é ela que constrói relações sólidas e frutíferas.

Para não confundir os dois conceitos, é importante destacar que quem tem interesse genuíno pelo outro demonstra isso claramente. Gosta de saber sobre as características da pessoa, suas preferências e trajetória profissional. Mostra-se aberto a aprender, a colaborar e a crescer junto com sua rede.

É essa postura que trará benefícios mútuos e enriquecerá a trajetória profissional de todos os envolvidos, além de demonstrar que você é interessante. Isso mesmo! Quando somos interessados, e isso é genuíno, passamos a ser vistos como alguém interessante!

Ser percebido como alguém interessante, é uma dádiva! É um presente que o outro nos dá.

Quando cultivamos algumas características, tais como: desejo genuíno de aprender e descobrir coisas novas; compreensão e capacidade de se colocar no lugar do outro; autenticidade nas nossas ações e palavras construindo confiança; flexibilidade para nos adaptar a diferentes situações e pessoas; atitude positiva, criando um ambiente agradável; e tomamos a iniciativa de ajudar e contribuir, sem esperar algo em troca, tornamo-nos interessantes para as pessoas e, mais que isso, recebemos em abundância, sem ter esperado nada em troca. 

Quando nos dedicamos a construir essas conexões de forma sincera, os resultados podem ser surpreendentes. Oportunidades inesperadas surgem, não porque as buscamos ativamente, mas porque nosso comportamento generoso e genuíno atrai naturalmente reciprocidade.

Ser alguém autêntico e genuíno em nossa profissão e em nossas conexões nos distingue e nos permite colher os frutos de um networking verdadeiro.

A verdadeira essência do networking reside em ser presente, disponível e genuíno. Ao cultivar essas qualidades, não apenas nos tornamos mais interessantes, mas também contribuímos para um ambiente profissional mais colaborativo e enriquecedor. Portanto, sejamos mais dedicados e sinceros, para que possamos construir relações profissionais que realmente importam e que nos levem a um crescimento mútuo e abundante.

Nesta coluna, trarei para você assuntos relacionados a carreira, liderança, coaching e tendências sobre esses temas. Contribua deixando sua pergunta ou sugerindo um tema de sua preferência, comentando este post ou enviando mensagem para o meu Instagram: @delaniasantosds. Inscreva-se no canal do YouTube: @delaniasantosds.

Será maravilhoso ter você comigo nesta jornada. Até a próxima!

*Este texto reflete, exclusivamente, a opinião da autora.



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