Testes com tuneladoras devem ter início nos próximos dias

Objetivo é preservar os equipamentos, promovendo a revisão e montagem na superfície

Escrito por Hugo Renan do Nascimento - Repórter ,
Legenda: Obra ainda aguarda liberação de recursos. Montagem ocorre na Estação Chico da Silva
Foto: FOTO: CID BARBOSA

O Governo do Estado pretende, nos próximos dias, iniciar os testes da primeira tuneladora (tatuzão) que será utilizada na construção dos túneis da Linha Leste do metrô de Fortaleza. De acordo com o titular da Secretaria da Infraestrutura do Ceará (Seinfra), Lúcio Gomes, até março, o segundo equipamento também estará montado. "Está tudo dentro do acertado. Nós estamos em dia com os pagamentos e o próprio fornecedor está fazendo essa montagem", disse o secretário. O processo começou há pelo menos oito meses, quando o governo anunciou o cronograma das atividades.

O objetivo, segundo Gomes, é preservar os equipamentos, promovendo a revisão e montagem na superfície, com execução dos testes necessários para a revalidação da certificação e extensão da garantia por mais 18 meses.

"Nós estamos antecipando uma etapa que estava prevista no contrato da obra. Quando forem reiniciadas as obras da Linha Leste, esse item será suprimido da planilha de custos da empreiteira", afirmou o secretário.

De acordo com ele, outro ganho com a ação é a maior agilidade na retomada da obra, deixando os equipamentos preparados para o início das escavações.

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Processo

A montagem das quatro máquinas está sendo feita na superfície, na área do canteiro de obras da estação Chico da Silva, onde estão armazenadas.

Os equipamentos passam por uma revisão completa, através de inspeções e testes. O secretário Lúcio Gomes explicou ainda que a empresa as colocará mensalmente para "rodar a seco", ou seja, em superfície, sem que promovam as escavações, após revisá-las e montá-las. "Essa operação deve levar, por máquina, oito meses, em pares", esclareceu o titular da Seinfra.

Após as revisões e montagem, os equipamentos serão mantidos em quatro armazéns especialmente preparados para cada tuneladora.

Os serviços estão sendo realizados pela empresa norte-americana The Robbins Company, fabricante dos tatuzões, e estão orçados em US$ 8,76 milhões (cerca de R$ 28 milhões). O Estado aportou outros R$ 5 milhões para melhorar a armazenagem dos equipamentos.

Além da montagem, a empresa está fornecendo suporte técnico com acompanhamento diário de um especialista, durante o período de garantia, que é de 18 meses, a partir da data da recertificação de cada máquina, estando todos esses serviços inclusos no valor do aditivo do contrato das obras.

Recursos

Para retomar a obra da Linha Leste, o governo do Estado aguarda a liberação de recursos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Nós estamos esperando a definição do BNDES. O Banco admite renovar o termo de compromisso e nos pediram mais 15 dias para dar uma resposta. Eu espero que semana que vem a gente já tenha alguma definição", disse.

O projeto da obra da Linha Leste já sofreu algumas alterações com o intuito de obter os recursos do governo federal. "Apresentamos uma proposta de um material rodante mais simples e consequentemente mais barato. Houve neste caso simplificação da obra, no caso dos trens e dos sistemas de eletrificação para ver se melhora a equação de custo-benefício", afirmou Gomes. Não é de agora que o Governo do Ceará tem apresentado propostas mais simples ao governo federal. Em julho do ano passado, por exemplo, em reunião realizada em Brasília, o governador Camilo Santana propôs mudar o fluxo e parcelar a entrada de recursos para dar continuidade às obras.

Paralisadas

As obras da Linha Leste do metrô de Fortaleza, ligando o Centro da Capital ao bairro Edson Queiroz, foram iniciadas em novembro de 2013, mas paralisadas no início de 2015 devido à reformulação societária articulada pelo consórcio Cetenco-Acciona, que executava os trabalhos.

"O consórcio foi reformulado e teve a denominação e a composição alteradas para Consórcio Metrô Linha Leste Fortaleza, formado pelas empresas Acciona Infraestructuras S/A e Construtora Marquise S/A, que passou a ser a líder do consórcio. Para retomar a obra, o Governo do Estado tem trabalhado intensamente junto ao Governo Federal para que este libere os recursos garantidos. O novo cronograma só poderá ser restabelecido quando do reinício da obra", comunicou a companhia de transportes metropolitanos.

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