Sindicato de auditores vê com cautela criação de superministério da Economia
Entidade concorda ser necessário enxugar os gastos do Estado, mas afirma que isso não pode ser feito de qualquer maneira
Após o anúncio de que o governo do presidente eleito Jair Bolsonaro irá fundir os ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio em uma superpasta da Economia comandada por Paulo Guedes, o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal emitiu nota considerando que essa fusão de órgãos é vista com "cautela" pela categoria.
"A proposta de fusão de três ministérios de tamanha envergadura causa receio e estranhamento. Seja pela magnitude da área de abrangência do novo ministério; seja pela possibilidade de conflito de interesses nas competências; e pela concentração de tanto poder em um único ministro", avaliou o Sindifisco Nacional.
A entidade concorda ser necessário enxugar os gastos do Estado, mas afirma que isso não pode ser feito de qualquer maneira.
"Um colapso no funcionamento da Receita Federal, por exemplo, poderia trazer prejuízos à arrecadação, ao combate à corrupção, à sonegação, ao contrabando e ao descaminho", completa o documento.
A categoria afirma que está pronta para prestar auxílio naquilo que for bom para a Receita e a para a sociedade, mas o sindicato alerta que se mantém vigilante e acompanha as medidas anunciadas. "O Sindifisco Nacional se manterá firme na defesa dos auditores-fiscais, no caso de eventuais tentativas de ataques à sua autoridade e missão institucional", conclui a nota.