Se vacinação avançar, economia do CE pode crescer até 4% em 2021

Avaliação do presidente do Corecon, Ricardo Coimbra, tem como base os resultados positivos dos últimos meses de 2020, que demonstram recuperação mais rápida que a média nacional. Segunda onda ainda não reduz estimativas

Escrito por Redação ,
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Legenda: Setores de alimentação e de vestuário devem liderar o processo de recuperação da economia do Estado em 2021.
Foto: Fabiane de Paula

Mesmo encerrando 2020 com uma queda de 2,79% na atividade econômica, segundo o Índice de Atividade Econômica Regional do Ceará (IBCR-CE) do Banco Central, as perspectivas de recuperação do Ceará permanecem em alta, podendo avançar de 3,5% a 4% caso o processo de vacinação progrida com celeridade.

A avaliação é do presidente do presidente do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon), Ricardo Coimbra. Segundo ele, os resultados dos últimos meses do ano passado mostram uma recuperação da economia cearense mais rápida que a média nacional, indicando a continuidade dessa tendência no início de 2021.

"O que a gente pode observar é que os outros estados do Nordeste tiveram um nível de retração um pouco menor que a do Ceará no acumulado do ano, mas em relação à média nacional, a gente conseguiu cair bem menos".

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Segundo o indicador do BC, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), a região Nordeste teve uma queda de 2,14% no ano, enquanto o País tombou 4,05%. Já em dezembro, o Ceará cresceu 1,26% ante igual mês do ano anterior, contra 1,05% do Nordeste e 1,34% do Brasil.

"Isso mostra que as ações de restrição que foram tomadas no início da pandemia e depois a retomada gradual geraram um certo reflexo positivo. Mesmo com a pandemia, o Ceará conseguiu ter um impacto menor que a média do País", avalia Coimbra.

Segunda onda

Ele lembra que caso o processo de vacinação avance com velocidade até meados de abril e maio, as perspectivas de crescimento para o ano podem girar entre 3,5% e 4%. O presidente também ressalta o andamento das discussões para retomar medidas emergenciais de enfrentamento à crise pelo Governo Federal, como o auxílio emergencial e redução de jornada e salário.

"Essas questões geraram muita preocupação no primeiro momento. Em função do agravamento mais recente da pandemia e da dificuldade de reinserção dos demitidos no mercado de trabalho, já há movimentação no Congresso para o pagamento de um novo auxílio emergencial de três ou quatro parcelas de R$ 200, assim como a volta dos instrumentos de manutenção do emprego, como redução de jornada e suspensão de contratos", ressalta Coimbra.

Os recursos do pagamento do novo auxílio novamente devem ser utilizados pelas famílias em compras de primeira necessidade, como alimentação, de forma a movimentar a economia local. "Ainda devemos ter novas linhas de crédito para ajudar o setor produtivo", aponta.

Entre os segmentos que devem sustentar essa recuperação no Estado, Coimbra indica o setor de alimentação e de vestuário, que, segundo ele, já vêm mantendo o crescimento na participação.

"À medida que vacinação avance, teremos a aceleração do ritmo de recuperação, porque nossa economia depende muito do setor de comércio e serviços, que pedem esse contato entre as pessoas. A gente precisa ter a vacinação em massa para uma recuperação mais forte", ressalta.

Último trimestre

No último trimestre de 2020, a atividade econômica do Ceará cresceu 2,53% em comparação com o terceiro trimestre do ano, segundo o BC. O avanço foi melhor que a média do Nordeste, que registrou alta de 1,76% no período. Já o Brasil, alcançou um aumento de 3,14%, segundo o indicador.

Já na comparação com igual período de 2019, o Estado apresentou leve alta de 0,16%, enquanto o Nordeste cresceu 0,12% e o Brasil, 0,69%.

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