Pix sem internet? Entenda o 'Pix Automático' e outras novidades anunciadas pelo Banco Central

Além da ferramenta, a instituição financeira também divulgou melhorias que visam aumentar a eficiência, a segurança e a confiabilidade da ferramenta

Escrito por Carol Melo , carolina.melo@svm.com.br
Mão segura celular com logo do Pix na tela
Legenda: Pix busca garantir comodidade e praticidade ao usuário
Foto: Shutetrstock

O Banco Central (BC) divulgou um relatório, nessa segunda-feira (4), com resultados e evolução do Pix desde o lançamento. Na ocasião, a instituição reforçou que a ferramenta de transferência de valores ganhará novas funcionalidades, como o Pix Automático, que deve possibilitar a programação de operações recorrentes e offlines, ou seja, sem o uso da internet.

A ferramenta, que está sendo desenvolvida, já havia sido citada e deve ser lançada em 2024 pela entidade financeira. 

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Segundo o documento, a nova modalidade possibilitará a realização de pagamentos recorrentes de forma automática, mediante autorização prévia do pagador, sem a necessidade de que ele autentique a transação a cada mês. Ou seja, seria algo semelhante ao que é realizado pela opção débito automático, mas com a celeridade característica do Pix. 

O BC detalhou que o Pix Automático poderá ser usado, por exemplo, para liquidar faturas ou obrigações frequentes, como conta de energia elétrica, condomínio, plano de saúde, serviços de streaming, entre outros.

"Espera-se que o produto seja utilizado por empresas concessionárias de serviço público e por empresas que ofertem produtos ou serviços que demandem pagamentos recorrentes", detalha o relatório. 

Outras novidades

Além da ferramenta, a instituição financeira anunciou outras duas melhorias que visam aumentar a eficiência, a segurança e a confiabilidade da ferramenta. São elas:

  • Canal secundário para pagamentos não prioritários, que deve aprimorar o processamento de pagamento via Pix agendados. A novidade, prevista para entrar em operação a partir de outubro deste ano, deve ajudar a evitar o acúmulo de grandes lotes de pagamentos para um mesmo horário, impedindo a sobrecarga do sistema de processamento, ao racionalizar quais são prioritários e devem ser liquidados em poucos segundos. 
  • Melhoria de informações de segurança relacionadas às chaves Pix, que deve criar novos campos, visando possibilitar que as instituições aprimorem os registros relacionados a transações fraudulentas. Os dados disponibilizados na consulta de chave ou de usuário também serão reformulados, apresentando informações mais relevantes e abrangendo um período maior. 

Uso sem internet e tecnologia por aproximação

No relatório, o BC ainda apresentou quais funcionalidades devem ser desenvolvidas e implementadas à ferramenta no futuro. Entre elas, a instituição cita a possibilidade de ampliar as modalidades usadas sem necessidade de acesso a internet, além do estudo de formas alternativas de iniciação de pagamentos, como o uso de tecnologia por aproximação — como NFC, RFID, bluetooth, biometria e outras.

"O uso de novas tecnologias que tornam a experiência de pagamento ainda mais rápida pode ser benéfico principalmente em alguns casos de uso específicos, como pagamentos de pedágios em rodovias, estacionamentos e transporte público", diz o documento. 

A possibilidade do uso do Pix para transações parceladas também é mencionada pelo texto do BC. 

"Certamente outros produtos e funcionalidades serão ainda vislumbrados e desenvolvidos conforme as demandas da sociedade e os aperfeiçoamentos estruturais e tecnológicos vindouros. Fato é que as inovações já experimentadas abriram caminho para a transformação digital nos meios de pagamento, não sendo mais possível retroceder", completa a instituição. 

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