PIB do Ceará cresce acima da média nacional pelo terceiro trimestre consecutivo

O setor de serviços desacelerou, mas segue como principal motor da geração de empregos.

Escrito por
Lucas Monteiro lucas.morais@svm.com.br
(Atualizado às 18:58)
Imagem de uma pessoa operando uma máquina.
Legenda: A indústria cearense manteve trajetória positiva em 2025.
Foto: Divulgação / Casa Civil.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará cresceu 2,25% no 3º trimestre de 2025. O resultado da economia cearense supera a média nacional, que foi de 1,8% no período. 

Os dados foram divulgados, nesta quarta-feira (18), pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

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No acumulado de janeiro a setembro, o PIB do Ceará cresceu 2,96%. Já no recorte dos últimos quatro trimestres, o avanço foi de 3,58%.

Ceará cresce acima da média nacional 

Na comparação com os indicadores nacionais, o desempenho do Ceará foi superior em todos os recortes: 2,25% no terceiro trimestre (ante 1,8% do Brasil); 0,1% frente ao segundo trimestre de 2025; 2,96% no acumulado do ano (Brasil: 2,4%); e 3,58% nos últimos quatro trimestres (Brasil: 2,7%).

Veja os resultados do Ceará

  • 1º trimestre: 3,87%
  • 2º trimestre: 2,84%
  • 3º trimestre: 2,25%

Veja os resultados do Brasil

  • 1º trimestre: 3,1%
  • 2º trimestre: 2,4%
  • 3º trimestre: 1,8%

Geração de empregos

No terceiro trimestre de 2025, o setor de serviços liderou a criação de vagas formais no Ceará, com saldo positivo de 11.685 postos de trabalho.

A indústria gerou 11.309 vagas, enquanto a agropecuária criou 2.350 empregos.

8,35%
de crescimento na geração de empregos no comparativo do mesmo período do ano passado. Foram 23.392 vagas criadas em 2024, ante 25.344 em 2025.

Agro continua em alta 

Entre os três setores que compõem o PIB, a agropecuária apresentou o maior crescimento no terceiro trimestre, com alta de 5,30%, embora abaixo do resultado nacional, de 10,1%.

O setor de serviços cresceu 2,39%, desempenho acima da média brasileira, de 1,3%, e segue como o principal responsável pela geração de empregos.

Já a indústria avançou 1,14%, abaixo do índice nacional, de 1,7%.

Homem pega milho com as mãos.
Legenda: A agropecuária teve o melhor resultado entre os três setores pesquisados.
Foto: Divulgação / Casa Civil.

Comparação com outros estados

No terceiro trimestre, o crescimento do PIB foi de:

  • São Paulo: 0,7%
  • Bahia: 2,18%
  • Paraná: 1,51%

No acumulado de 2025, o Ceará lidera entre os estados comparados, com alta de 2,96%, superando São Paulo (1,40%), Bahia (2,73%) e Paraná (2,87%).

A projeção do Ipece para o PIB cearense em 2025 é de crescimento de 3,15%, acima da estimativa anterior, de junho (2,78%).

Para 2026, a expectativa é de alta de 3,0%, também superior à projeção nacional, de 1,8%.

Imagem mostra uma área irrigada com gado.
Legenda: Culturas irrigadas favoreceram a produção diante da falta de chuvas ao longo do ano.
Foto: Divulgação / Casa Civil.

Falta de chuvas impacta o agro

Segundo o Ipece, a redução da disponibilidade hídrica afetou a produção de cereais e leguminosas ao longo do ano. Regiões como Sertões de Crateús, Inhamuns e Médio Jaguaribe encerram 2025 com baixos níveis de armazenamento de água.

40,8%
é a capacidade total dos reservatórios do Ceará neste fim de ano.
 

Dados da Funceme indicam que 65 municípios enfrentam seca grave, concentrada principalmente na Macrorregião Jaguaribana, no Cariri e no Oeste do Sertão Central e dos Inhamuns.

Indústria mantém crescimento

A indústria cearense manteve trajetória positiva em 2025, com todos os segmentos apresentando crescimento no acumulado do ano.

Destaques positivos:

  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos: +11,4%
  • Atacado especializado em alimentos, bebidas e fumo: +8,4%
  • Combustíveis e lubrificantes: +8,4%

Por outro lado, houve retração nas vendas de:

  • Equipamentos e materiais de informática e comunicação: -24,9%
  • Livros, jornais, revistas e papelaria: -5,6%
  • Material de construção: -4,2%

O varejo ampliado cresceu 3,6% no terceiro trimestre, abaixo do resultado do mesmo período de 2024, quando avançou 6,8%, indicando desaceleração ao longo do ano.

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