Pandemônio em SP põe Enel na corda bamba no Ceará

Com imagem nacionalmente maculada, empresa não tem margem para novas crises no Ceará

Escrito por
Victor Ximenes producaodiario@svm.com.br
Legenda: Enel encerra 2025 com crise irreversível em São Paulo.
Foto: Davi Rocha.

Depois de um tsunami de falhas operacionais escandalosas, o mercado e a política já dão como certo o fim do ciclo da Enel em São Paulo. Resta saber quais serão os termos dessa ruptura.

Embora o epicentro da nova crise ocorra a 3 mil quilômetros de distância de Fortaleza, não há como a operação da Enel Ceará passar incólume. 

Em São Paulo, o furacão da concessionária não se formou de uma vez só. Ganhou corpo com diferentes episódios que gradualmente criaram um clima de colossal insatisfação contra a empresa na opinião pública.

No caso da Enel Ceará, guardadas algumas diferenças, a paciência da sociedade - e isso inclui pessoas físicas, empresas e o mundo político -, também está perto de um ponto de saturação irreversível. Aliás, vem aí a temporada de chuvas no Estado, que será um grande teste para a Enel.

O tempo é crucial, pois a companhia italiana busca renovar sua concessão no Estado, junto à Aneel.

Sem espaço para erros

Caso a concessionária de energia volte a ser a vilã da quadra chuvosa, gerando prejuízos a moradores e negócios, seria esperado um movimento como o que ocorre em São Paulo, sobretudo considerando que a marca está nacionalmente maculada.

Convém resgatar também que a empresa já havia saído de Goiás, negociando sua operação naquele estado após também ser alvo de pesadas críticas, inclusive do próprio governador Ronaldo Caiado. 

No Ceará, a Enel tem seu próprio catálogo de tombos, tendo sido até alvo de CPI, sem contar inúmeros eventos nos quais deixou os cearenses enfurecidos pelas suas deficiências operacionais. Chegou a ser colocada à venda, mas a matriz recuou.

Em 2025, os serviços, em linhas gerais, apresentaram melhora - ao que parece, a mudança de CEO no Ceará foi positiva -, mas eventuais vacilos durante as chuvas ou no Carnaval podem colocar a empresa novamente na berlinda.

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