Estatais disparam e Bolsa tem maior alta desde agosto de 2011

No mercado cambial, o dólar recuou em relação ao real, em linha com as principais moedas de emergentes.

Escrito por Folhapress ,

A Bolsa brasileira registrou nesta segunda-feira (13) a maior alta desde agosto de 2011 com os investidores analisando o apoio da ex-senadora Marina Silva (PSB) ao candidato Aécio Neves (PSDB) no segundo turno eleitoral e também após uma pesquisa mostrar o tucano à frente da presidente Dilma Rousseff (PT) nas intenções de voto.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 4,78%, aos 57.956 pontos. Foi a maior alta percentual desde 9 de agosto de 2011, quando o índice subiu 5,1%. No sábado (11), pesquisa Sensus mostrou o candidato tucano à frente de Dilma. De acordo com o levantamento, ele teve 52,4% das intenções de voto, enquanto a presidente foi preferida por 36,7% dos entrevistados. Brancos, nulos e indecisos somaram 11% na pesquisa, que tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

Ao considerar apenas os votos válidos, descontados os brancos e nulos, a pesquisa aponta Aécio com 58,8% e Dilma com 41,2%, uma diferença de 17,6 pontos percentuais.

"O peso todo da alta foi da pesquisa sensus, pois o cenário eleitoral está tão encrustado no mercado financeiro que tem sido a principal influência. Desde a época do Lula não via a parte política influenciando tanto a Bolsa quanto agora", afirma Frederico Lukaisus, gerente da mesa de renda variável da Fator Corretora. Os investidores também analisaram o apoio da ex-senadora ao candidato Aécio Neves. No domingo, Marina formalizou apoio ao tucano, comparando uma possível vitória do tucano com a obtida por Lula em 2002.

Ações BB lideraram as altas

Os papéis do Banco do Brasil lideraram as altas na Bolsa nesta segunda-feira, ao avançarem 10,66%, a R$ 33,42. As ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas, ficaram em segundo lugar, com alta de 10,19%, a R$ 22,06. As ordinárias, com direito a voto, subiram 9,54%, a R$ 20,67.

Desde a véspera do primeiro turno, as ações da petrolífera registram valorizações expressivas. As ações preferenciais da empresa acumulam alta de 20,6%, e as ordinárias avançam 18,6% no período. Na outra ponta, as ações de empresas exportadoras caíram nesta segunda, após a apreciação do real em relação ao dólar. Os papéis da Embraer caíram 4,98%, a R$ 20,99, os da Fibria perderam 3,83% e os da Suzano, 2,72%.

Dólar fecha em baixa

No mercado cambial, o dólar recuou em relação ao real, em linha com as principais moedas de emergentes. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, caiu 0,88%, a R$ 2,386. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, teve queda de 1,27%, a R$ 2,393.

"Hoje ficou bem direcionada a questão eleitoral. Houve duas coisas importantes dentro do cenário político: a Marina Silva apoiando o Aécio e as pesquisas mostrando a vantagem do Aécio para o segundo turno, o que deram outro humor ao mercado. Tanto a Bolsa quanto o dólar foram afetados", afirma Tarcisio Joaquim, diretor de câmbio do Banco Paulista.

Segundo ele, enquanto não terminar o segundo turno as eleições é que darão o tom no mercado cambial. "Há um fator psicológico segundo o qual o dólar na casa de R$ 2,40 indica uma chance maior do Aécio nas eleições. Mas se a Dilma ganhar terreno, o dólar pode ir acima desse nível", ressalta.

Na manhã desta segunda (13), o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, oferecendo 4.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 2.000 contratos para 1º de junho e 2.000 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,3 milhões.

O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de 8.000 contratos de swap cambial para rolagem dos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 40% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.

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