Dólar sobe pelo 4º dia ante o real, por apreensão local e Fed

A moeda norte-americana aproximou-se de R$ 3,49, reagindo a preocupações com o quadro político e econômico no Brasil e expectativas de alta dos juros nos Estados Unidos em setembro

Escrito por Reuters ,

O dólar avançou ante o real pela quarta sessão consecutiva nesta terça-feira (4), chegando a aproximar-se de R$ 3,49, reagindo a preocupações com o quadro político e econômico no Brasil e expectativas de alta dos juros nos Estados Unidos no mês que vem.

A moeda norte-americana subiu 0,28%, a R$ 3,4642 na venda, renovando a máxima de 20 de março de 2003 e acumulando valorização de 4,05% em quatro sessões. Na máxima do dia, chegou a 3,4885 reais, com alta de quase 1%, mas o movimento perdeu fôlego na reta final da sessão com investidores aproveitando a forte valorização recente para vender a moeda.

Na véspera, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu foi preso como parte de nova fase da Operação Lava Jato, que investiga escândalo bilionário de corrupção no Brasil. Investidores temem que golpes à credibilidade do País afastem capitais do mercado local e dificultem a aprovação de importantes medidas no Congresso Nacional.

Ao pessimismo interno somou-se a expectativa de alta de juros nos Estados Unidos em setembro após as declarações do presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, de que teria de sofrer "uma deterioração significativa" para ele não apoiar uma alta das taxas em setembro, informou o Wall Street Journal à tarde.

Juros mais altos nos EUA -promovidos pelo Fed, banco central norte-americano- podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros países, como o Brasil. Nesse contexto, o dólar passou a subir em relação a uma cesta de moedas.

Mais cedo, a moeda dos EUA chegou a recuar no exterior e no Brasil, atingindo R$ 3,4297, com investidores comprando ativos de maior risco diante de nova alta da bolsa da China. "O cenário interno aqui está muito complicado. Não vai ser um dia de alta na China que vai mudar isso", disse o operador de uma corretora nacional, sob condição de anonimato.

Nesta manhã, o Banco Central brasileiro deu continuidade à rolagem dos contratos que vencem em setembro, vendendo a oferta total de até 6 mil contratos, que equivalem a venda futura de dólares. Ao todo, a autoridade monetária rolou o correspondente a US$ 582,9 milhões, ou cerca de 6% do lote total, equivalente a US$ 10,027 bilhões.

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