Dólar sobe ante real e renova máxima desde 2005

Moeda americana subiu 0,25% e encerrou o dia a R$ 2,5641 na venda, maior fechamento dos últimos nove anos

Escrito por Reuters ,

O dólar fechou em alta ante o real e renovou a máxima de fechamento em mais de nove anos nesta quarta-feira, no terceiro dia seguido de agenda fraca e baixa liquidez, ainda reagindo às persistentes incertezas sobre a política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

A moeda norte-americana subiu 0,25%, a R$ 2,5641 na venda, maior fechamento desde abril de 2005. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1 bilhão.

"O mercado está tensionado. Está todo mundo torcendo para ver um sinal de mudança, mas cada dia que passa fica mais difícil apostar nisso", disse o gerente de câmbio da corretora TOV, Celso Siqueira.

Política fiscal sob atenção

A atenção dos investidores está voltada principalmente à política fiscal, que é criticada por ser excessivamente expansionista e pouco transparente, e ao futuro substituto do ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Dilma já afirmou que só anunciará nomes de sua equipe econômica após a reunião do G20 neste fim de semana, o que tem levado investidores a adotar uma postura defensiva e empurrado o dólar para cima.

Nesta manhã, especulações sobre o nome do próximo ministro chegaram a levar a moeda norte-americana a cair ante o real, chegando a R$ 2,5352 na mínima do dia, mas a pressão de vendas perdeu força ao longo da tarde.

Mercado sensível

"O mercado está bastante sensível a qualquer sinalização sobre a política econômica dos próximos anos", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

Neste mês, a moeda norte-americana acumula alta de 3,19%. Mesmo assim, o Banco Central tem mantido a oferta de até 9 mil contratos de swap cambial, que equivalem a venda futura de dólares, para a rolagem dos contratos que vencem em dezembro.

Contando com a oferta desta sessão, na qual vendeu a oferta integral, a autoridade monetária rolou cerca de 31% do lote total, correspondente a US$ 9,831 bilhões e, se mantiver esse ritmo, rolará cerca de 80% do total. Nos últimos meses, o BC vinha repondo todos os contratos vincendos.

Segundo analistas, a rolagem menor reflete o fato de que o avanço do dólar tem sido gradual e pode se reverter parcialmente se Dilma escolher um ministro da Fazenda que agrade mais os mercados.

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