Presa por stalkear médico, Kawara Welch acreditava ter relacionamento amoroso com vítima
Ela teria chegado e enviar 1.300 mensagens e ligar 500 vezes em um mesmo dia para o homem e a família dele
Presa pelo crime de 'stalking' contra um médico de Ituiutaba, em Minas Gerais, Kawara Welch, acreditava viver um relacionamento amoroso com o homem. O delegado responsável pelo caso, Rafael de Freitas Faria, aponta que ela frequentava os mesmos ambientes que a vítima e tinha a necessidade de se autoafirmar com uma conexão inexistente com a vítima.
A artista plástica estava foragida desde março de 2023, mas foi capturada no último dia 8, em Uberlândia, São Paulo. Segundo as investigações, ela chegou a enviar 1.300 mensagens e ligar 500 vezes em um mesmo dia para o profissional de saúde e a família dele. As informações são do jornal O Globo.
Ela tinha ilusões de que esse relacionamento realmente existia entre eles, isso fazia com que ela frequentasse os mesmos ambientes que a vítima, como locais de trabalho, residência, hospitais, clínicas. Ela o perseguia de forma reiterada. Não há nenhum indício da existência de um relacionamento entre eles, ou que o médico prometesse algo a ela, ou que ficasse dando indiretas a ela."
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A defesa da jovem afirma que os dois estavam em um relacionamento. Porém, o homem nega e chegou a registrar 42 boletins de ocorrência contra a mulher.
Conforme o titular da Polícia, em nenhum momento das investigações ficou provado que os dois se envolveram em um caso. Ele ressaltou que o médico sempre denunciou os episódios de perseguição, que aconteciam desde 2019, e ainda destacou que mesmo se o envolvimento dos dois tivesse sido comprovado, o comportamento da artista plástica não seria justificável.
"Uma vez que o crime de perseguição ameaça a integridade física e psíquica, psicológica da vítima. O crime diminui a capacidade de locomoção, restringe a liberdade, restringe a privacidade. Embora seja um crime considerado menor potencial ofensivo pela quantidade de pena máxima que o legislador optou, é um crime que causa efeitos catastróficos na vida da vítima. Nada justificaria, ainda que eles tivessem um relacionamento", explicou ao periódico.
A investigação apontou que Kawara era paciente da vítima e passou a persegui-la, desenvolvendo um amor não correspondido. Por conta da perseguição, o médico deixou de atendê-la.
"Ela chegou a me passar 1.300 mensagens em um dia. E mais de 500 ligações num único dia. Troquei de número de celular umas três ou quatro vezes, mas parei de trocar porque vi que era totalmente inútil. Ela tinha uma facilidade incrível em achar meu número novo", disse o médico em entrevista ao Fantástico.
A suspeita também fez ligações insistentes para a esposa do médico e para o filho dele. Além dos telefonemas e das mensagens, as investigações da polícia encontraram montagens feitas por Kawara em redes sociais para dar a impressão de que os dois tinham um caso.
CRIME DE ROUBO
Apesar de todas as ocorrências registradas, a mulher foi presa pelo crime de roubo, após subtrair o telefone da mão da esposa do médico na clínica dele. Ela fugiu depois desse episódio e ficou foragida, mas continuou com as ameaças e ligações.
Antes de ser presa em Uberlândia, Kawara foi detida em flagrante outras duas vezes, mas foi liberada pela Justiça mediante imposição de medidas cautelares que restringia a aproximasse ou o contato dela com as vítimas.