Dólar fecha o dia em queda de 0,86%, a R$ 5,27

No Brasil, analistas apontam que o câmbio segue demasiadamente dependente de fatores externos para algum alívio

Escrito por Agência Brasil ,
Legenda: Na B3, o dólar futuro tinha queda de 1,08%, a R$ 5,2610, às 17h28.

O dólar abriu a semana em baixa ante o real, seguindo o movimento da moeda no exterior em meio a otimismo com a retomada das economias, mas a divisa fechou a uma distância das mínimas, em meio a receios sobre segunda onda de casos de covid-19 no mundo.

O dólar à vista caiu 0,86% nesta segunda-feira, e fechou a R$ 5,2722 na venda. As oscilações ao longo do dia continuaram expressivas. Na máxima, a cotação caiu apenas 0,39%, a R$ 5,2977, e na mínima cedeu 2,25%, para R$ 5,1985.

Na B3, o dólar futuro tinha queda de 1,08%, a R$ 5,2610, às 17h28.

O dólar registrava firmes perdas contra dólar australiano, peso mexicano e lira turca, divisas que se beneficiam de momentos de maior apetite por risco. O índice do dólar frente a uma cesta de rivais de mercados desenvolvidos caía 0,62% no fim desta tarde.

Outros ativos de risco também se valorizaram, assim como os mercados de ações em Nova York. Apesar do recente salto em casos de coronavírus nos EUA e algumas partes da Europa, além de China e Coreia do Sul, investidores parecem se concentrar mais em 2021 e na perspectiva de que os balanços das empresas venham melhores passado o pior momento da crise de saúde e econômica.

Mas, no Brasil, analistas apontam que o câmbio segue demasiadamente dependente de fatores externos para algum alívio.

Fernando Bergallo, sócio da FB Capital, chama atenção no plano local para a constante incerteza política. "Nosso cenário político está no pior momento desde o início do governo Bolsonaro. A história do Queiroz ainda pode render muito. É algo que deixa o mercado mais cauteloso", disse.

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, foi preso na manhã de quinta-feira (18) em Atibaia (SP), em imóvel que pertence ao advogado Frederick Wassef, segundo o Ministério Público de São Paulo.

Wassef anunciou no domingo que estava deixando a defesa do filho do presidente Bolsonaro. Ele já representou o presidente da República, é próximo da família Bolsonaro e era visto com frequência no Palácio do Planalto, em Brasília.

"Difícil pensar que no atual patamar o dólar está estabilizado. Estamos sem bússola. A oscilação está forte todo o dia. E com o cenário interno frágil ficamos suscetíveis a uma virada de humor lá fora", acrescentou Bergallo.

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