Desemprego no Ceará cai e atinge 12,4% no 3º trimestre

População ocupada aumentou em cerca de 210 mil pessoas, de acordo com o IBGE. Desocupação ainda atinge 492 mil cearenses

Escrito por Ingrid Coelho ,
Legenda: Ocupação no Estado atingiu o maior nível desde o segundo trimestre de 2020, período em que o coronavírus começou a avançar no Ceará
Foto: Agência Brasil

O Ceará é um dos 20 estados brasileiros nos quais o desemprego caiu no terceiro trimestre deste ano.

De acordo com dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desocupação local ficou em 12,4% no período - abaixo dos 15,1% observados no segundo trimestre deste ano (abril, maio e junho).

Segundo o IBGE, isso foi possível porque a população ocupada no Ceará aumentou em cerca de 210 mil pessoas, elevando o nível de ocupação para 46,7%. É a maior desde a redução no segundo trimestre de 2020, início da pandemia.

A população desocupada apresentou um decréscimo de 86 mil pessoas entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano - queda de 14,8% em números relativos.

Atividade

No Ceará, o maior em população ocupada foi observado na construção, onde houve alta de 23,8% no terceiro trimestre deste ano. O setor contava com 233 mil trabalhadores no segundo trimestre deste ano e passou a ter 289 mil em julho, agosto e setembro, de acordo com o IBGE.

Em seguida se destaca a indústria, com avanço de 20% na população ocupada. Em números absolutos, são 75 mil trabalhadores a mais exercendo a atividade no terceiro trimestre deste ano em relação ao segundo trimestre de 2021. O comércio teve alta de 6,1% (44 mil a mais) no período.

Carteira assinada

No terceiro trimestre deste ano o IBGE contabilizou 73 mil pessoas a mais trabalhando sem carteira assinada em relação ao segundo trimestre, crescimento de 12%. Ao todo, 680 mil no Estado se encontravam nessa situação entre julho, agosto e setembro de 2021.

O número de trabalhadores com carteira assinada também cresceu ao passar de 828 mil no segundo trimestre deste ano para 922 mil no terceiro trimestre deste ano, representando uma absorção de 93 mil candidatos pelo mercado formal no período (crescimento de 11,3%).

Conta própria

Também houve avanço no contingente de trabalhadores por conta própria no Ceará, mas considerando aqueles sem registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

Os trabalhadores por conta própria com CNPJ no Ceará passaram de 162 mil no segundo trimestre deste ano para 161 no terceiro trimestre. Já os sem CNPJ passaram de 860 mil para 866 mil no período.

Informalidade

A taxa de informalidade foi de 53,2% das pessoas ocupadas, de acordo com o IBGE. Para esse cálculo, o IBGE considerada os empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada; empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada; empregador sem registro no CNPJ; trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhador familiar auxiliar.

Subocupação

Entre as pessoas ocupadas no Estado, o número de trabalhadores disponíveis para trabalhar por mais horas do que a carga que efetivamente exercem também apresentou leve queda.

A subocupação por insuficiência de horas trabalhadas passou de 450 mil pessoas entre abril, maio e junho para 443 mil entre julho, agosto e setembro.

Rendimento

O rendimento médio real habitual de todos os trabalhos das pessoas ocupadas no Ceará foi de R$ 1.747 no terceiro trimestre de 2021. Em abril, maio e junho o rendimento havia sido de R$ 1.723.

Desalento

A taxa de desalento - pessoas que desistiram de procurar emprego - caiu 12,3% entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano no Ceará. Em números absolutos, são 54 mil desalentados a menos na força de trabalho potencial.

Celebrações e desafios

Na avaliação do presidente do Instituto do Desenvolvimento do Trabalho, Vladyson Viana, a queda na desocupação reflete um movimento de retomada econômica diante do avanço da cobertura vacinal, mas ele ressalta que os números do IBGE também revelam desafios.

"Nós podemos ver que essa retomada vem com um grau significativo de precarização. Esse trabalhador informal está à margem de um conjunto de políticas importantes, como a previdência. É importante que ele tenha um vínculo formal"
Vladyson Viana
Presidente do IDT

Ele lembra que essa formalização pode vir através de políticas públicas que incentivem a formalização, bem como pela ampliação de postos formais. "Esse dado mostra um desafio de ampliar o estoque de postos com carteira assinada", reforça.

Além disso, o presidente do IDT destaca que a renda média do trabalhador cearense ainda não recuperou o patamar pré-pandêmico. "Temos ainda o desafio de aumentar a renda média do trabalhador cearense pelo menos aos patamares anteriores à pandemia", diz.

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