Correios afirmam que 92% dos empregados seguem trabalhando no CE; sindicato contesta

De acordo com a estatal, os serviços de postagem de cartas e encomendas, inclusive SEDEX e PAC continuam sendo realizados em todos os municípios do Estado

Escrito por Redação ,
Imagem da porta de entrada dos Correios em Fortaleza
Legenda: Negociações seguem sem entendimento entre sindicalistas e a empresa
Foto: Natasha Mota

Cerca de 92% dos funcionários dos Correios seguem trabalhando em todo o Ceará, garantindo os serviços básicos prestados pela empresa, segundo informou a pela estatal na manhã desta quinta-feira (21). O percentual é contestado pelo Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Ceará (Sintect-CE), que declarou greve na última segunda-feira (17) e afirma que o movimento já conta com mais de 70% dos colaboradores, dos 2.600 funcionários no Estado.

Em nota, os Correios ressalta que os serviços "postagem de cartas e encomendas, inclusive SEDEX e PAC" continuam sendo realizadas em todos os municípios. Além disso, nas agências, os serviços como consulta  Limpa Nome Serasa, Achados e Perdidos e consulta Auxílio Emergencial estão disponíveis à população. 

Já o Sintect-CE diz que, em todo o Ceará, mais de 30 agências seguem fechadas em decorrência da paralisação, dentre as quais, cinco estão localizadas em Fortaleza. O coordenador do sindicato, Veridiano Matos, pontua que o movimento tem sido "crescente", e cita Acaraú, Marco, Martinópole e Sobral como cidades onde os empregados dos Correios aderiram à greve.

Canais de atendimento

Diante da paralisação dos funcionários, a estatal também adotou medidas para minimizar os impactos à população. Entre elas estão: deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação, remanejamento de veículos e a realização de mutirões.

Em caso de problemas, os clientes podem entrar em contato com a empresa através dos telefones 3003-0100 e 0800 725 0100 ou pelo endereço https://apps2.correios.com.br/faleconosco/app/index.php.

Segundo o levantamento da empresa, no Brasil, cerca de 83% dos 99 mil empregados, seguem realizando suas atividades.

Ato e negociações

Nesta quinta-feira (20), o Sindicato realiza um ato em prol da garantia dos direitos da categoria, na sede dos Correios no Ceará, localizada no Centro de Fortaleza. O coordenador estimou que cerca de 100 funcionários estivessem presentes para a manifestação. Além disso, ele ressaltou que todas as medidas preventivas foram adotadas em relação a pandemia do novo coronavírus. Será obrigatório o uso de máscara e no local terá aferição da temperatura. 

Matos, aponta que a estatal diz estar "aberta para negociações", mas que durante as reuniões, não são consideradas as 70 cláusulas propostas no acordo coletivo, mas apenas nove delas.

"Nós estamos reivindicando o direito de nos alimentarmos dignamente. Nós não estamos pedindo aumento de salário. Só queremos  que o Correios cumpra um acordo coletivo que foi feito no ano passado", aponta. Entre as cláusulas suprimidas, segundo ele, estão o adicional de risco, vale alimentação, auxílio-creche pagamento de adicional noturno e horas extras.

Em nota, os Correios afirma que "a diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais" e a proposta apresentada "não retira nenhum direitos dos empregados, apenas promove adequações aos benefícios que extrapolavam a CLT e outras legislações, de modo a alinhar a estatal ao que é praticado no mercado".

"As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida", arremata.

Sucateamento

Além disso, Matos também comenta sobre o sucateamento da "estrutura de trabalho". "Aqui a gente paga pra consertar as bicicletas , têm trabalhador colocando combustível  na moto dos Correios para poder entregar os objetos, os pneus dos carros estão carecas, é um sucateamento e uma retirada de direitos visando a privatização", avalia.

"Os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos", comenta a estatal.

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